Já foi dito e repetido mil vezes, que futebol é uma das poucas atividades na qual a lógica não funciona. Então, não vamos entrar na onda de que o Brasil é o franco favorito nesta Copa de 2014. É oportuno frisar que são 32 seleções aguerridas, algumas de aparência modesta, mas que já começaram a mostrar que não vieram fazer turismo. Eis um exemplo recentíssimo: quem diria que o time uruguaio, bicampeão mundial, perderia por 3 x 1 da desconhecida Costa Rica?
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E por falar em Uruguai, convém lembrar que foi o país a sagrar-se campeão da Fifa, em 1930; e a segunda, em 1950, na primeira Copa sediada no Brasil. E muito se tem escrito e comentado sobre aquela fragorosa derrota de nossa paparicada Seleção, em pleno Maracanã abarrotado com cerca de 200 mil torcedores, o maior estádio do mundo que tinha sido inaugurado naquela triste e inesquecível tarde de 16 de junho!
Para este cronista de cantinho de página, o “triste e inesquecível” ficaram marcados até hoje, no coração e na memória, 64 anos depois, porque eu estava lá no meio daquela multidão petrificada e tragicamente silenciosa, diante do inacreditável placar final, marcando 2 x 1 para os uruguaios, que ficou rotulado de Maracanaço.
A propósito do mencionado no primeiro parágrafo, reafirmo que não vale a pena ficar sofrendo por antecipação, acreditando que o Brasil será hexacampeão do mundo, conquistando a taça de ouro Jules Rimet pela sexta vez. Muito embora, na Copa de 50 a Seleção nacional justificasse o nosso otimismo.
Superando com relativa facilidade os 13 países inscritos, o trator chamado Brasil passou por cima de cinco fortes seleções e bastaria empatar com o Uruguai na disputa final, para sagrar-se campeão. E a confiança aumentou, quando Friaça fez o primeiro gol brasileiro aos dois minutos do segundo tempo.
Sob o comando de seu capitão, um grandalhão destemido chamado Obdúlio Varela, os uruguaios não se abateram. Ao contrário, passaram a dominar a partida. E 20 minutos depois, o atacante Alcides Ghiggia fez o gol do 1 x 1, empate ainda insuficiente. Porém a persistência, diante dos brasileiros estáticos, coroou a supervitória, com o chute mortal de Juan Schiafino contra o goleiro Barbosa, 11 minutos antes de o árbitro encerrar a histórica contenda futebolística.
Deus queira que o estádio do Maracanã não se transforme, como naquela vez, na maior piscina de lágrimas do mund