Coordenador da força-tarefa da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, José Alfredo de Paula Silva afirma que os advogados e políticos contrários à operação já têm mais uma arma para enfraquecer as investigações. Trata-se da intenção jurídica de encaminhar todos os processos para a Justiça Eleitoral, sob a desculpa de que toda a corrupção se trata de um grande caixa dois. O entendimento valeria para Lava Jato e todas as operações que investigam políticos.
Segundo José Alfredo, essa seria uma tragédia do início ao fim. Ele explica que o objetivo dos políticos que recebem propina é sempre continuar no poder. A partir de então, negociam com empresas e maquiam doações eleitorais. \”A Justiça Eleitoral vai ter condição de cuidar de todos esses casos? Tenho certeza que não\”, acrescenta.
O temor dos investigadores tem crescido conforme o assunto vem evoluindo no Supremo Tribunal Federal (STF). A Segunda Turma, sob a tutela de Gilmar Mendes, já considera tudo como caixa dois. A Primeira, por sua vez, preferiu deixar a decisão para o plenário. \”Se essa tese prosperar, o combate à corrupção no Brasil estará realmente comprometido\”, concluiu o coordenador da Lava Jato em evento que comemorou o Dia Internacional do Combate à Corrupção na PGR.