Moradores dos Lagos Sul e Lago Norte estão recolhendo assinaturas até o próximo dia 26, pela internet, para impedir o aumento do comércio e a instalação de indústrias nessas duas áreas nobres de Brasília. O objetivo do abaixo-assinado é conseguir alterações na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), na qual o GDF propõe a possibilidade de se abrir espaços para atividades comerciais e industriais nos dois bairros.
Embora o GDF tenha recuado e ainda esteja estudando mudanças na Luos e realizando consultas públicas, os moradores querem garantir que Lago Sul e Lago Norte continuem sendo somente áreas prioritariamente residenciais. O objetivo na nova lei é promover o desenvolvimento urbano, descentralizando as oportunidades de emprego com a abertura de novos postos de trabalho.
Estrutura – Exatamente para expandir o mercado de trabalho, a nova lei definirá parâmetros para cada área do DF. Para o prefeito do Lago Norte, Fernando Varanda, é inviável, por questões estruturais, que a região administrativa receba novos estabelecimentos. Há apenas uma saída e uma entrada viária para o Lago Norte. O aquecimento da economia local aumentaria o número de veículos e complicaria a mobilidade na área.
“Já fizemos um acordo com o GDF e cedemos centros de atividades, que são áreas mistas residenciais e comerciais. Há quatro postos de combustíveis. Antes só havia dois. Os novos não aumentaram a concorrência e o preço está lá em cima. Agora, querem colocar mais dois”, disse o prefeito.
Manutenção – Outra questão defendida pelos moradores do Lago Norte é a não construção de novos parques no bairro, já que os existentes precisam de manutenção. “Temos três parques mal cuidados. O Parque das Garças na QL 16 não serve para nada. Faltam melhorias, e não mais parques”.
O Conselho Comunitário do Lago Sul tem reivindicações parecidas com a dos moradores do Lago Norte e até o dia 28 de fevereiro vai protocolar um documento para apresentar ao GDF. O uso misto do bairro é considerado por moradores como um “favelamento do lugar”, em mensagens que circulam pelo WhatsApp.
O presidente do Conselho, Fernando Cabral, acrescentou que o Lago Sul está no entorno do tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O GDF não consultou o Iphan, portanto não poderia ser feito nenhum projeto. Ainda assim, o instituto não se pronunciou”. Desde novembro, o governo faz audiências públicas para debater a ocupação do solo no DF. Apenas uma dessas audiências foi feita com moradores de Brasília. A próxima será realizada neste sábado (11).