O médico Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, de 38 anos, é o novo presidente do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Indicado pelo governador Ibaneis Rocha para substituir Mariela Souza de Jesus, ele teve o nome aprovado por 19 dos 21 deputados presentes na sessão de terça-feira (11) da Câmara Legislativa. A bancada do Psol se absteve.
O Iges é responsável por administrar os hospitais de Base e de Santa Maria e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Brazlândia, Ceilândia, Ceilândia II, Gama, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Samambaia, São Sebastião, Sobradinho e Vicente Pires.
Natural do Piauí, Juracy foi diretor de Atenção à Saúde do Instituto e será o sétimo presidente do Iges-DF. Ao ser sabatinado na Comissão de Educação e Saúde (Cesc), ele falou sobre o plano de trabalho que vai implementar diante dos inesgotáveis problemas da saúde pública do DF. E apontou os principais pilares da sua gestão.
“Meu plano de trabalho será totalmente focado em governança clínica”, afirmou. O modelo, segundo ele, que é pós-graduado em Gestão Hospitalar e Operacional, é algo novo e eficiente. E traçou planos de curto e médio prazos para os primeiros três meses da gestão. Mas, informalmente, disse ao Brasília Capital que os resultados desse trabalho só começarão a ser percebidos pela população num intervalo de 10 a 12 meses.
Mesmo com restrições ao modelo do Iges, a bancada de oposição – a exceção do Psol, que se absteve – votou a favor da aprovação do nome de Juracy para o cargo. Dayse Amarilio (PSB) elogiou o currículo do médico, mas disse que, “infelizmente, o Iges e a Secretaria de Saúde vivem um casamento falido. Precisamos investir na atenção primária”. Para o deputado Chico Vigilante (PT), “ou criamos coragem para acabar com o Iges, ou o Iges vai acabar com a saúde do DF”.
Em defesa do modelo do IGES, Roosevelt Vilela (PL) atribuiu as falhas aos trabalhadores do instituto. “O modelo é perfeito. São as pessoas que criam problemas. É uma vergonha para todos nós quando sai na mídia uma matéria mostrando o estado da cozinha do Hospital de Base. É inadmissível aquilo. Mas foi o modelo de gestão que causou aquilo? Não. Foram as pessoas que deixaram a cozinha ficar daquela forma”.
Gabriel Magno (PT) lembrou que a Câmara já aprovou outras indicações para presidir o Iges.
“Juracy já é o sétimo indicado em quatro anos, e não será o último. O problema é o instituto. O modelo não funciona”. O distrital ressaltou que o Iges recebeu R$ 1,2 bilhão em recursos públicos no ano passado, o que representa 22% do Fundo de Saúde do DF”.
Gabriel Magno (PT)