O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) perdeu a primeira grande batalha de sua possível tentativa de reeleição ao Palácio do Buriti em 2018. Na quinta-feira (15), numa sessão tumultuada, Joe Valle (PDT) foi eleito presidente da Câmara Legislativa para o biênio 2017/2018. Ele derrotou Agaciel Maia (PR), o preferido do chefe do Executivo.
Cada um teve 12 votos em plenário, e o desempate só aconteceu pela contagem do número de votos que receberam na campanha de 2014: Mais de 20 mil para Valle pouco mais de 14 mil para Maia. Este era o terceiro critério. Nos dois primeiros a igualdade perdurou: ambos estão no segundo mandato na Casa e as bancadas do PDT e do PR contam com dois parlamentares cada.
Dois personagens roubaram a cena na votação: Os deputados Robério Negreiros (PSDB) e Rodrigo Delmasso (Podemos). Negreiros votou em Agaciel e depois mudou para Joe, antes da proclamação do resultado pelo presidente Juarezão (PSB). Robério alegou que mudou de lado porque Delmasso havia acertado que abriria mão de disputar a 2ª Secretaria na Mesa Diretora da Casa, deixando-o como candidato único.
No entanto, Delmasso protelou até o último instante para assinar o documento. Irritado, Robério disse que houve “molecagem” do colega e rompeu o acordo com o bloco. Pior para Agaciel e, consequentemente, para Rollemberg, que deu apoio declarado ao candidato derrotado. Mais tarde, depois de chamar o colega de “sórdido e rasteiro”, o deputado do PSDB pediu “sinceras desculpas” a Delmasso, que já tinha colocado panos quentes na briga.
A arrancada de Filippelli – O ex-vice-governador Tadeu Filippelli também foi beneficiado com a vitória de Joe, a quem apoiou declaradamente. O presidente do PMDB-DF deve disputar o Palácio do Buriti em 2018 e a derrota de Agaciel enfraquece a influência de Rollemberg na Câmara Legislativa na segunda e decisiva metade de seu mandato.
A vingança da Leoa – Durante as negociações que entraram pela madrugada de quarta para quinta-feira numa casa no Lago Sul, Filippelli atraiu Liliane Roriz (PTB) para o blocão. Mesmo sendo considerada inimiga de Celina Leão (PPS), pelas denúncias que deflagraram a Operação Drácon, Liliane foi decisiva na montagem do grupo.
O trabalho de Celina nos bastidores para eleger Joe Valle irritou Agaciel Maia. Aos gritos, ele acusou o pedetista de ser “laranja de Celina Leão”.
Opositora declarada de Rollemberg, de quem foi aliada e obteve apoio para a presidência da Câmara, a deputada do PPS foi afastada do comando da CLDF. Meses antes, fez um arranjo para mudar a Lei Orgânica e conseguir a reeleição da Mesa Diretora a fim de se manter no cargo.
A manobra, que chegou a ser aprovada em primeiro turno, contrariou os interesses do governador, que teria em Celina uma adversária turbinada nas eleições de 2018. E ele mobilizou os deputados da base para barrar a votação em segundo turno, que acabou não acontecendo. Agora, com o reforço de Filippelli, a deputada deu o troco em Rollemberg.
Barba, cabelo e maquiagem – O bloco de Joe também emplacou a vice-presidência, com Wellington Luiz (PMDB); a 1ª Secretaria, com Sandra Faraj (SD); a 2ª Secretaria, com Robério Negreiros; e a 3ª Secretaria, com Raimundo Ribeiro (PPS).
Joe Valle foi escolhido por Celina Leão (PPS), Chico Leite (Rede), Cláudio Abrantes (Rede), Cristiano Araújo (PSD), Liliane Roriz (PTB), Rafael Prudente (PMDB), Raimundo Ribeiro (PPS), Reginaldo Veras (PDT). Robério Negreiros (PSDB), Sandra Faraj (SD) e Wellington Luiz (PMDB).
Agaciel contou com os votos de Bispo Renato (PR), Chico Vigilante (PT), Wasny de Roure (PT), Lira (PHS), Luzia de Paula (PSB), Professor Israel Batista (PV), Juarezão (PSB), Júlio Cesar (PRB), Lira (PHS), Ricardo Vale (PT), Rodrigo Delmasso (Podemos) e Telma Rufino (PROS).
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