O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais uma denúncia (a terceira) contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Operação Lava Jato. De acordo com inquérito, que tramita na Corte desde março, Cunha foi citado nos depoimentos de delação premiada dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior, da empreiteira Carioca Engenharia.
Os delatores afirmaram à Procuradoria Geral da República (PGR) que o deputado e Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, cobravam propina para liberar verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS ) para construtoras nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. A suspeita é de que o parlamentar tenha solicitado e recebido cerca de R$ 52 milhões do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia.
Mais cedo, em outra decisão envolvendo Eduardo Cunha, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, liberou para a pauta do Plenário da Corte o julgamento da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República. O pedido de investigação feito pelo PGR foi baseado em informações sobre contas na Suíça atribuídas ao deputado.
Em nota, o peemedebista disse que nunca recebeu vantagem indevida e afirmou que Janot é “seletivo” na apresentação de denúncias contra ele. “A estranheza aumenta, na semana em que eu seria julgado no Conselho de Ética, uma verdadeira avalanche de vazamentos criminosos e denúncias contra mim e minha família, que aparecem para criar o clima de pressão nesse processo”, concluiu.