O nível de preços da capital federal, mensurado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve aumento de 1,21% em abril de 2022. Os dados serão apresentados Companhia de Planejamento do Distrito Federal em seu canal do Youtube, às 14h30 desta quarta-feira (11/5).
O percentual indica uma desaceleração do ritmo de crescimento dos preços em relação a março (+1,41%). Entre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a inflação de Brasília (DF) foi a terceira maior, ficando empatada com Belém (PA) e Campo Grande (MS), e acima da média nacional (1,06%).
O aumento de preços do Distrito Federal teve forte influência do grupo de Transportes, cuja variação de +2,98% acresceu 0,73 ponto percentual (p.p.) ao índice geral de abril de 2022. Esse comportamento está associado aos repetidos aumentos percebidos nos preços dos Combustíveis (+6,12% e 0,62 p.p.), em especial da Gasolina (+6,16% e 0,59 p.p.), mesmo não havendo reajuste da Petrobras no mês. O grupo de Alimentação e bebidas (+1,08% e 0,18 p.p.) também contribuiu para a inflação do período.
O IPCA é um índice divulgado mensalmente que permite acompanhar a variação dos preços de bens e serviços comprados pelo consumidor final e é o indicador oficial da inflação no país.
O pesquisador Renato Coitinho da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan explica que a gasolina segue sendo o principal vetor de inflação tanto no cenário distrital quanto nacional. “Esse produto acumula alta de 33,38% entre maio de 2021 e abril de 2022 e eleva também os demais preços da economia, pois gera maiores custos para os comerciantes e empresas em adquirir seus insumos e entregar suas mercadorias. Temos visto nos últimos três meses consecutivos uma elevação nos preços de mais de dois terços dos itens acompanhados pelo IBGE, explicando o distanciamento entre a inflação observada e as metas estabelecidas pelo Banco Central. Ainda assim, tivemos em abril uma redução nos preços da Energia elétrica que ajudou a segurar um resultado maior no mês”, aponta Coitinho.
Habitação apresenta retração
Por outro lado, o grupo de Habitação foi o único a apresentar retração em seus preços no mês de abril (-0,47% e -0,06 p.p.). O recuo veio da Energia elétrica residencial (-5,29% e -0,16 p.p.), que retornou saiu da bandeira tarifária de escassez hídrica e voltou à bandeira tarifária verde a partir do dia 16 de abril. Tamanho foi o efeito desse item que ele superou o aumento no Aluguel residencial (+2,48% e 0,10 p.p.) e levou o grupo à deflação observada no mês.
Ao detalhar a variação de preços sentida pelas diferentes faixas de renda, observou-se que os 25% mais pobres da região perceberam aumento de 0,97% nos preços em abril, enquanto os 25% mais ricos tiveram um incremento de 1,16%. As faixas intermediárias foram as mais afetadas pelos preços no mês, com alta de 1,34% na faixa média-baixa e 1,42% na faixa média alta. Esse padrão é reflexo do fato de os gastos com Gasolina terem pesos menores nas faixas das pontas, seja pelas famílias não possuíram tanto veículo próprio (no caso da faixa de baixa renda) ou por terem mais recursos para gastar com outros produtos (na de alta renda).
Dessa forma, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que captura a inflação para as famílias que recebem até cinco salários-mínimos, percebeu alta de 1,25% em abril de 2022, percentual pouco acima do IPCA do mês, que mede a inflação para as famílias que ganham até 40 salários mínimos. Pelo INPC, Brasília (DF) ficou com a quarta maior inflação entre as regiões pesquisadas e acima da média nacional, que foi de 1,04%.