Completar 60 anos, nos tempos atuais, é um privilégio. Assegura, entre outras conquistas, vagas exclusivas para estacionar nas ruas, assentos reservados em transporte coletivo e caixa preferencial nos bancos.
Porém, dentro de um conceito de que ser idoso – eu questiono se pessoas com 60 anos devem ter esta classificação – é sinônimo de ser inválido, o poder público, de forma pejorativa, identifica o ancião como um sujeito curvado que se movimento com o auxílio de uma bengala.
É assim nas placas de trânsito e nos cartazes onde esta sinalização é afixada. Parece bobagem, mas não é. Em boa hora, o deputado Julio Cesar (Republicamos-DF), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa, levantou a polêmica na Câmara Federal.
O representante do DF apresentou o Projeto de Lei 3413/21 pedindo a mudança em todo País do pictograma referente aos idosos. A proposta altera a Lei 10.741, relacionada ao Estatuto do Idoso, que dispõe sobre o símbolo utilizado para referência aos direitos das pessoas com 60 anos ou mais.
Julio Cesar propõe que o desenho seja substituído por uma figura baseada em uma pessoa saudável e que indique a idade mínima de 60 ou 80 anos, conforme o caso. De acordo com projeto, o novo pictograma deverá ser utilizado onde houver sinalização de atendimento prioritário, como placas ou locais reservados aos idosos.
O parlamentar justifica que a proposta tem o objetivo de ressignificar a imagem da pessoa idosa perante aos seus direitos e nos espaços que ela frequenta.
“É preciso esquecer a figura de que a pessoa idosa anda sempre curvada e com auxílio de uma bengala. O que mais vemos hoje, são pessoas da terceira idade mais dispostas a mudar de vida, buscando alternativas saudáveis para mudar sua rotina”, afirma Julio Cesar. Com razão.