O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou que enviará à Câmara Legislativa, em janeiro de 2026, um projeto de lei para autorizar a venda do Centro Administrativo do DF (Centrad), em Taguatinga, fechado há mais de 12 anos. Segundo Ibaneis, uma avaliação preliminar feita pela Terracap estimou o valor do complexo em cerca de R$ 600 milhões.
Com 182 mil metros quadrados de área construída e composto por 16 prédios, o Centrad foi idealizado durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda com o objetivo de descentralizar órgãos do governo. A obra bilionária, no entanto, nunca chegou a ser ocupada e foi executada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o GDF e um consórcio privado, com contrato estimado em R$ 6 bilhões ao longo de 22 anos. Além da construção, o acordo previa que as empresas fossem responsáveis pela manutenção, segurança e limpeza do espaço, com pagamento mensal de cerca de R$ 17 milhões mensais.
Como o Centrad nunca entrou em funcionamento, os repasses não foram realizados. Ainda assim, o consórcio afirma ter investido aproximadamente R$ 1,5 bilhão na edificação e tenta reaver o montante. Em 2020, a 4ª Vara de Fazenda Pública do DF proibiu qualquer pagamento às empresas, e a PPP foi oficialmente anulada em 2022. Desde então, o GDF passou a arcar apenas com os custos de segurança do local, que enfrenta recorrentes casos de invasão, vandalismo e depredação.
“Lixo”
No último sábado (13), durante a inauguração do novo prédio da Procuradoria-Geral do DF, Ibaneis voltou a criticar o empreendimento e adotou tom duro ao se referir ao projeto. “Nós vamos vender o prédio do Centrad, que foi uma ilusão do megalomaníaco do Arruda. Vamos vender aquele lixo que o Arruda inventou”, declarou.
Em abril, o secretário de Governo, José Humberto Pires, havia afirmado, em entrevista ao Brasília Capital, que o impasse teria uma solução definitiva ainda nesta gestão. “Estamos construindo isso a quatro mãos. Não posso antecipar, mas é desejo do governador Ibaneis entregar o Centrad. Ele não deixará nada para trás”, disse à época.