Durante toda a quinta-feira (24), os deputados distritais se desdobraram em discussões acaloradas sobre a criação do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGESDF), uma ampliação do modelo proposto pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para o Hospital de Base. O projeto, que tramitou no mesmo dia em caráter de urgência em quatro comissões, foi aprovado em sessão extraordinária no começo da noite com o apoio de 14 parlamentares.
A vitória do Buriti ocorreu em meio a desgastes com a Câmara Legislativa, após intenso trabalho de articulação comandado pessoalmente pelo vice-governador Paco Britto (Avante). Se a aprovação do projeto, por si só, já é um grande mérito, o governador Ibaneis Rocha (MDB) pode comemorar a consolidação de uma base aliada ampla e consistente.
Dos 24 deputados, apenas Agaciel Maia (PR) e Rodrigo Delmasso (PRB) não atenderam à convocação, por estarem fora de Brasília. Dos 22 presentes, os dois filiados ao PSB do ex-governador votaram a favor. Ainda que pudessem ser considerados oposição à atual gestão, José Gomes e Roosevelt Vilela foram compelidos a votar a favor do projeto, uma vez o modelo é herança dos socialistas.
A oposição, formada pelos petistas Arlete Sampaio e Chico Vigilante, por Leandro Grass (Rede), Fábio Felix (Psol) e Júlia Lucy (Novo) foi endossada por Reginaldo Veras (PDT), colega de partido do líder do governo, Cláudio Abrantes. Também ficaram contra a iniciativa do GDF os novatos por Jorge Vianna (Podemos) – enfermeiro da Secretaria de Saúde – e João Cardoso (Avante, correligionário de Paco Britto).
Veras disse ao Brasília Capital que se manterá independente em relação à gestão Ibaneis. “Não vou ser influenciado nem por líder de governo, nem por partido, nem por ninguém. É uma posição de independência, não de neutralidade. Se o projeto for bom para a sociedade, terá meu apoio. Caso contrário, farei as críticas pertinentes”.
Para o Buriti, a mudança de voto do deputado do Avante foi uma surpresa. Segundo o governador, o correligionário de seu vice foi extremamente prestigiado pela gestão e espera que o parlamentar contribua em próximas votações. Com a chegada de projetos polêmicos que envolvem a categoria do parlamentar – que é professor, a postura de Cardoso ainda é uma incógnita no plenário.
Oposição barulhenta
Dentre os deputados que votaram contra o projeto do Buriti, ganharam destaque os iniciantes Fábio Felix (PSol), Júlia Lucy (Novo) e Leandro Grass (Rede). Ao longo da semana, o parlamentar do Psol fez diversas manifestações apresentando consternação com o caráter urgente de votação de grande impacto no SUS. Ele entrou com mandado de segurança no TJDFT para barrar o PL e tentou retirar o projeto da pauta. Lucy e Grass apresentaram emendas ao projeto e fizeram duras considerações no plenário.