Orlando Pontes
Morador da pequena comunidade de Yad, no Norte
de Israel, há dez anos, o brasileiro João Koatz Miragaya,
mestre em História pela Universidade de Tel Aviv, mesmo
recluso em sua residência, próxima a um abrigo de
segurança, acompanha de perto o noticiário sobre a
guerra do país contra o grupo terrorista Hamas.
Segundo Koatz Miragaya, que é editor e colunista do
site Conexão Israel e apresentador do podcast Do Lado
Esquerdo do Muro, esta quinta-feira (12) foi um dia mais
tranquilo, embora tenham ocorrido bombardeios na Faixa
de Gaza e um momento de tensão com a Síria, quando,
pela manhã, Israel bombardeou dois aeroportos do país
vizinho, obrigando um avião iraniano com carregamento
de armamentos retroceder.
“Mas a Síria não tem interesse em entrar na guerra
contra Israel. E o Irã não precisa disso, porque pode usar
o Hezbollah para atacar Israel sem ter seu território
incomodado. Como o Hezbollah continua sem reagir, a
expectativa de crescimento da violência fica por conta de
uma iminente invasão israelense por meios terrestres em
Gaza. Até lá, não vão aprofundar a escalada”, analisa o
historiador.
Cresce rejeição a Nethanyahu
O editor do Conexão Israel também avalia, baseado
em pesquisas que vem sendo divulgadas, que a formação
de um governo de emergência não reduz a rejeição ao
primeiro-ministro Binyamin Nethanyahu após o ataque
do Hamas que pegou de surpresa as forças de defesa do
país no último sábado (7), deixando centenas de mortos e
dando início a uma nova guerra contra o grupo terrorista
palestino.
No entanto, em nome da defesa nacional, foi feito
um acordo político prevê que o partido de centro Campo
Republicano fará parte do governo até o final da guerra.
Ficou estabelecido, ainda, que:
1 – Será criado um comitê reduzido para a guerra,
que contará com Netanyahu, Gantz, o ministro da defesa,
Yoav Gallant, e um membro observador do Likud, Ron
Dermer (com voz, mas sem voto). Será guardado um lugar
para Yair Lapid, atual líder da oposição, caso ele decida
integrar o governo de emergência;
2 – Não será aprovada nenhuma lei nem tomada
nenhuma decisão importante pelo governo antes que a
guerra termine;
3 – Cinco ministros do Campo Republicano
receberão o posto de ministros sem pasta: Gantz, Gadi
Eizenkott, Yafat Sasa-Biton, Guideon Saar e Hili Tropper.
Eles participarão do gabinete ampliado de negociações e
segurança junto a outros ministros; e
4 – Nomeações cujos prazos se encerrariam, como o
do presidente do Banco Central de Israel, serão
renovadas automaticamente para, pelo menos, até o fim
do confronto.