Esta segunda-feira (20) será histórica para Cuba e Estados Unidos com a reabertura, após 54 anos, de suas embaixadas em Washington e Havana, respectivamente.
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Para marcar o momento, a capital norte-americana assiste a uma cerimônia cubana sem precedentes. Por outro lado, a celebração na representação diplomática dos EUA na ilha, que terá a presença do secretário de Estado John Kerry, ainda não tem data marcada.
Há uma semana, o diário \”The New York Times\” havia publicado que o evento será na próxima quarta (22). Contudo, a demora em agendar a cerimônia não diminuirá a importância histórica da reabertura das embaixadas.
Em Washington, a abertura será comandada pelo chanceler Bruno Rodríguez Parrilla e terá cerca de 500 convidados, incluindo 30 cubanos que irão neste fim de semana de Havana para os EUA.
Parrilla será recebido por Kerry na sede do Departamento de Estado. Ele será o primeiro chanceler da ilha a visitar os Estados Unidos desde 1959 e estará acompanhado da vice-presidente da Assembleia Nacional Cubana, Ana María Mari Machado, de outros membros do Parlamento, ex-diplomatas e representantes dos setores cultural, científico e sanitários e de movimentos sociais.
Segundo a revista digital \”Cuba Debate\”, também participarão do evento cubanos residentes nos Estados Unidos, membros do Congresso norte-americano, empresários e acadêmicos. Por enquanto, as embaixadas serão encabeçadas por responsáveis de negócios.
No caso de Havana, o posto será exercido por José Ramón Cabañas, atual chefe do Escritório de Interesses de Cuba em Washington, órgão fundado em 1977. Por sua vez, o diplomata Jeffrey DeLaurentis comandará interinamente a sede diplomática norte-americana em Havana até que um embaixador seja designado, embora a imprensa local especula que ele mesmo deve ser o escolhido.
Restabelecimento de relações
Em 17 de dezembro de 2014, os presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, anunciaram as maiores mudanças nas relações entre os dois países desde a imposição do embargo norte-americano à ilha em 1961. Entre as medidas, estavam o início das conversas para a normalização das relações diplomáticas, a flexibilização do bloqueio econômico e a libertação, por parte dos cubanos, de 53 presos políticos.
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No mesmo dia, Washington e Havana trocaram prisioneiros: enquanto Cuba libertou o norte-americano Alan Gross, que cumpria pena de 15 anos na ilha por espionagem, Washington soltou também os últimos três dos Cinco Cubanos presos nos EUA, também acusados de espionagem.
Em janeiro deste ano, os Estados Unidos e Cuba encerraram a discussão sobre temas migratórios, nas conversações em Havana para preparar o restabelecimento de relações diplomáticas depois de meio século.
Dois temas preocupavam particularmente Havana: o embargo econômico e a permanência de Cuba na lista americana de países que patrocinam o terrorismo, o que priva a ilha de créditos internacionais.
As duas partes abordaram o restabelecimento de relações, com a participação da secretária de Estado para o hemisfério ocidental, Roberta Jacobson, que tornou-se a funcionária americana de mais alto nível a visitar Cuba em 35 anos. (Com agências)
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