O Governo do Distrito Federal estendeu a gestão compartilhada para mais seis escolas da rede pública, totalizando, dez unidades sob intervenção militar. Importante observar que as demais 668 estão relegadas ao abandono. Quase oito meses de governo Ibaneis e, até agora, nenhum anúncio de investimento foi feito. O cenário da educação pública da capital do país é mais preocupante porque há escolas que ainda não receberam os recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF); escolas sem professores efetivos que utilizam como solução para essa ineficiência e ineficácia do governo os professores de contrato temporário, precarizando o ensino público.
O governo Ibaneis usa a propaganda para dizer que a militarização das escolas tem sido um grande investimento na educação. E a fórmula para dar continuidade a esse tipo de sucateamento e desqualificação da educação pública é o abandono financeiro das demais unidades. No início de fevereiro, o deputado distrital Leandro Grass (Rede) protocolou uma Proposta de Decreto Legislativo que suspende a portaria do Poder Executivo que institui a militarização nas escolas públicas do DF.
A partir do segundo semestre de 2019, estarão sob intervenção militar o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 19, de Taguatinga; o CEF 407, de Samambaia; o Centro Educacional Gisno, do Plano Piloto; o Centro Educacional (CED) Condomínio Estância III, de Planaltina; o CEF 01, do Núcleo Bandeirante; e CEF 05, do Paranoá.
Cláudio Antunes, diretor do Sindicato dos Professores no Distrito Federal, disse que a entidade fará, neste segundo semestre, a consolidação dos dados de uma pesquisa encomendada pela entidade com análise e diagnóstico das quatro primeiras escolas militarizadas no primeiro semestre. Na avaliação do diretor, “é necessário verificar o resultado das escolas militarizadas, sempre lembrando que essas estão recebendo muito mais recursos financeiros do que as escolas de verdade”.
Ele diz ainda que “o projeto de gestão compartilhada é mais uma forma de o GDF tentar impulsionar a publicidade de seu governo para esconder da comunidade escolar a falta de investimento nas nossas escolas”. Samuel Fernandes, também diretor do Sinpro, afirma que o governo Ibaneis deveria fazer outros investimentos na educação. “Precisamos de escolas com número de estudantes reduzido por sala de aula e com investimentos financeiros. Escolas atrativas, com boa estrutura, quadras poliesportivas, laboratórios, bibliotecas, refeitórios e com profissionais em número suficiente”.