O perfil conservador do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), que é contra o aborto e o casamento gay, são as credenciais do parlamentar para ter o apoio da Frente Evangélica como candidato a governador em 2018. A aliança tem o apoio do PSC, PHS, Podemos e PROS. Nomes de peso, como o empresário Paulo Octávio (PP) e o deputado Izalci Lucas (PSDB) também participam das articulações.
Ao Brasília Capital, Fraga afirmou que as conversas “estão boas”, mas se esquivou de cravar que será o responsável pela extrema direita nas eleições de 2018 no DF. \”É uma frente conservadora para acabar com essa esquerda que está acabando com Brasília\”, afirmou, ensaiando discurso semelhante ao de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) – provável candidato a presidente da Frente Evangélica. \”Eu adoraria ter um vice evangélico\”, confessou o representante do DEM.
Segundo Fraga, a aliança tem tudo para ser um sucesso, mas é preciso tomar cuidado com as vaidades. \”Juntos, somos muito fortes. Mas precisamos conversar para escolher os nomes certos para os cargos\”, disse. \”Os evangélicos também precisam se entender\”, alfinetou, citando o federal Ronaldo Fonseca (PROS) e o distrital Rodrigo Delmasso (Podemos).
Com eleitorado fiel e considerável tempo no rádio e na TV, a Frente Evangélica brilha os olhos ao assistir os discursos de Fraga na Câmara dos Deputados. Líder da Bancada da Bala, o parlamentar deverá ter o apoio de importantes evangélicos, como o do Bispo Edir Macedo – que agrega a audiência da TV Record e a confiança dos seguidores da Igreja Universal.
Fraga tem as bençãos dos líderes nacionais das legendas que podem compor a aliança. Além dos discursos, o fato de Fraga ter sido o mais votado para a Câmara Federal também pesa na escolha. A Frente Evangélica chegou a ser procurada pelo senador Cristovam Buarque (PPS), que pediu apoio para sua reeleição. Mas o grupo se recusou a apoiá-lo, devido às suas ligações históricas com a esquerda.
Apesar de citar outros da política local, como Tadeu Filipelli (PMDB), Alírio Neto (PTB) e Jofran Frejat (PR), Fraga prefere não falar sobre Arruda. “Tem espaço para todos. São seis cadeiras majoritárias”. Sobre os rolos da turma na Justiça, o parlamentar ressaltou que não foi citado nas últimas denúncias, mas que prefere não apontar o dedo para ninguém. \”Se aponto um dedo para você, estou apontando três para mim\”, filosofou.