Caroline Romeiro (*)
O Brasil ultrapassou, em 2022, a marca das 60 milhões de pessoas em insegurança alimentar (o equivalente a um em cada três brasileiros). Os dados são da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Paradoxalmente, enquanto milhares de famílias não possuem o que comer, o Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam e alimentos – é considerado desperdício todo alimento descartado que ainda possui valor nutricional.
Consumidores e comerciantes, culturalmente, têm o hábito de descartar sobras de comida, comprar em excesso e deixar o alimento vencer na prateleira ou em casa. É um desperdício que não podemos mais deixar acontecer no nosso país
Afinal, o Brasil é responsável pela produção de milhões de toneladas de alimentos que abastecem grande parte da humanidade. Mas, infelizmente, o desperdício acompanha o grande volume dessa produção, seja na obtenção de matéria-prima, distribuição ou destinação final dos produtos.
Com isso, a preocupação com o desperdício alimentar se torna um assunto cada vez mais discutido. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente demonstrou que houve aumento no desperdício alimentar em todo o mundo.
Em 2019, 931 milhões de toneladas de alimentos foram desperdiçados. O mesmo índice aponta que 17% dos alimentos disponíveis aos consumidores nos mercados, lares e restaurantes vão diretamente para o lixo – e 60% desse lixo está em casa.
Esses dados revelam um problema global que requer atenção e mobilização. É intrigante pensar que uma das maiores consequências do desperdício alimentar seja a fome.
E quando falamos sobre fome, não falamos necessariamente sobre a falta de alimentos, mas, sim, a dificuldade de acesso a eles. A isto chamamos de insegurança alimentar, cenário que se agravou no Brasil durante a pandemia.
Espero que essa reflexão leve nossos leitores a repensar seus hábitos, para que evitemos esses desperdícios!
Nutricionista CRN1 3200
Instagram: @carolromeiro_nutricionista