O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo, nesta segunda-feira (29), durante um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O pedido ocorre após pressão de deputados e senadores, inclusive dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que o criticaram por falhas nas relações exteriores que teriam prejudicado a aquisição de vacinas contra a Covid-19.
No fim de semana, o chanceler de Bolsonaro se envolveu em mais um embate com os parlamentares, que complicou ainda mais a sua situação. Por meio de suas redes sociais, Ernesto afirmou que a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, cobrou o apoio dele à tecnologia chinesa do 5G, indicando que este era o real interesse dos parlamentares, e não as vacinas.
A postagem gerou revolta entre os senadores. Kátia Abreu (PP-TO) respondeu ao ministro dizendo que é “uma violência resumir três horas de um encontro institucional a um tuíte que falta com a verdade”, e continuou classificando-o como “a face de um marginal”, que viveria “à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições”. Vários senadores prestaram solidariedade a senadora, entre eles o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
A informação ainda não foi confirmada pelo governo oficialmente. O presidente e o chanceler devem ter novo encontro ainda hoje para definir a situação. A expectativa, porém, é de que Bolsonaro aceite o pedido de demissão.
Trajetória – Ernesto Araújo assumiu o ministério das Relações Exteriores no início do mandato de Bolsonaro. Enquanto ministro, ele criticou a política externa adotada pelo Brasil em governos anteriores e causou polêmicas com falas sobre comunismo e ao dizer que o fascismo e o nazismo eram de esquerda.