Caos na saúde pública do DF é agravado nos sete meses de governo Rollemberg
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A carência de recursos destinados à saúde pública do Distrito Federal foi admitida pelo governador Rodrigo Rollemberg na segunda-feira (20), na 9º Conferência de Saúde do Distrito Federal. O estado de emergência, prorrogado por mais 180 dias, se reflete na falta de funcionários nos hospitais, de material para higiene pessoal e de medicamento nas unidades públicas. Este é o cenário que o novo secretário de Saúde, Fábio Gondim, vai encontrar ao assumir o posto de João Batista de Sousa, demitido na quarta-feira (22).
A falta de providências para sanar os problemas da Saúde aumenta o desafio de Gondim. Os servidores denunciam a inexistência de componentes para testes bioquímicos, indispensáveis à detecção de doenças. E não é a primeira vez que o problema no estoque é constatado. Glicose e uréia enzimática, TGO Cinético, TGP Cinético, Creatinina e Bilirrubina. A falta desses reagentes torna inoperante o trabalho de alguns servidores.
Em junho, também foi constatada a falta de outros medicamentos nos hospitais e farmácias públicas, como Benzetacil, para combate de sífilis, e Claritromicina, para pacientes com úlceras no estômago e infecções respiratórias.
Em nota, a Secretaria de Saúde negou a falta dos reagentes. “O estoque na Farmácia Central está regularizado e a distribuição às unidades de saúde já foi iniciada”, afirmou o órgão.
Entre gripes comuns e superbactérias, a prática adotada por médicos da capital federal é de receitar antibióticos sem ter em mãos o exame do paciente. A responsabilidade dos exames prévios é do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), que está parado desde o início de 2015.
O deputado distrital Chico Vigilante (PT) diz ter recebido relatórios diários de servidores dos hospitais. O parlamentar contesta a alegação de falta de recursos e garante que o GDF tem um caixa de R$ 434 milhões do Fundo Nacional de Saúde (FNS), que repassa R$ 30 milhões por mês para o DF.
Ponto eletrônico – Na segunda-feira (20), o Tribunal de Contas do DF denunciou uma série de irregularidades no ponto eletrônico de servidores da Secretaria de Saúde, que vinham sendo apuradas desde junho de 2014. O levantamento apontou um superfaturamento de 118,5% na aquisição de softwares de controle de acesso; de 270,6% na contratação do software de controle de freqüência; e uma média de 15 ausências por servidor, apenas em junho do ano passado. E apenas 1,36% dos servidores que não justificaram suas faltas tiveram as ausências descontadas nos salários.