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As denúncias da Operação Lava-Jato, relacionadas a um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras e uma série de empreiteiras, podem transformar em corrida de obstáculo os esforços para concluir as obras para os Jogos de 2016, a 18 meses do evento. Sete empreiteiras investigadas aparecem em 11 projetos considerados cruciais para as Olimpíadas, como o Parque Olímpico da Barra, a Vila dos Atletas e a Linha 4 do metrô. Especialistas ouvidos pelo GLOBO acreditam que muitas dessas empresas podem vir a ter problemas para contrair empréstimos no mercado e manter o ritmo dos trabalhos nos canteiros de obras. Os contratos envolvem R$ 27,1 bilhões, cerca de 92% do total de investimentos em estádios e infraestrutura previstos para o evento. O levantamento do GLOBO tomou como base a lista de projetos divulgados pela Autoridade Pública Olímpica (APO).
As construtoras que preocupam são Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Mendes Júnior e Carioca. Na lista de obras, estão não apenas estádios e vilas olímpicas, mas também projetos que ficarão como legado de mobilidade urbana ou infraestrutura.
Muitos desses projetos são contratos de longo prazo. Como o Porto Maravilha, conduzido pela empresa Porto Novo S/A, que tem entre os acionistas a Odebrecht Infraestrutura (37,5%) e a OAS (37,5%). Esta última, de acordo com uma das cláusulas do contrato, também ficará responsável por conservar as áreas revitalizadas por um período. No Parque Olímpico, sob a responsabilidade do consórcio Rio Mais (33,3% Odebrecht Realizações Imobiliárias Ltda e 33,3% Andrade Gutierrez), o contrato de concessão também prevê a manutenção das áreas públicas por 15 anos.