Caroline Romeiro (*)
Há algumas semanas, está rolando nos grupos de WhatsApp uma Carta Aberta elaborada por um grupo de nutricionistas com a intenção de manifestar publicamente a sua posição em relação às eleições de 2022. Até aí, nenhum problema. Porém, o documento começa com o seguinte trecho:
“Nós, nutricionistas de vários cantos do Brasil, nos dirigimos às e aos colegas de profissão e a todo o povo brasileiro para nos posicionarmos em defesa de um Brasil com democracia…”.
Esse trecho incomodou nutricionistas que não corroboram com a mesma opinião política, porque traz a ideia de que toda a categoria tem a mesma opinião.
Quanto à mesma opinião política em relação a quem escolher no dia 30 de outubro, se Lula ou Bolsonaro, eu não sei. Porém, acredito que o conteúdo das questões sociais levantadas na carta são, sim, temas importantes para o cenário de Nutrição e Alimentação no Brasil.
A carta descreve muito bem sobre o Direito à Saúde, do Direito Humano à Alimentação Adequada e da Segurança Alimentar, sobre os valores que balizam o exercício ético da profissão. E fala do respeito à vida e à diversidade. Condena discriminação de qualquer natureza, e também traz a abordagem dos programas para a redução da miséria e da pobreza.
Estamos vivendo momentos de grande polarização no nosso país, e precisamos pensar para além das questões políticas e cuidar da questão social. É inadiável pensar em como resolver problemas importantes levantados nessa carta, independentemente de quem estiver no comando da Nação nos próximos quatro anos.
Mas é fundamental que cada um de nós avalie, no momento do voto, qual dos dois candidatos apresenta propostas mais próximas das demandas dos nutricionistas, em particular, e da sociedade brasileira como um todo.