“O amor que fica”
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Amar é te colocar em qualquer lugar. Fazer-te presença. Somar tua companhia. Independente da distância que nos separe. Ainda que, entre nós, o nó que atava o laço tenha se substituído por um ponto de fim.
Ele permanece. Ainda que como um pouco de loucura. Como uma solidão de coisas boas que apertam na lembrança. Como uma visita que nunca bate na porta e que sempre fica até o dia acabar. Um chiado que não se cura no ouvido, um eco que sempre propaga, embora o mundo não pare para escutar.
O amor resolve ficar, quando não se tem mais para onde ir. E não se importa com a casa vazia. Ele persiste, como se ainda fôssemos nós. Se pondo em duas xícaras de café sobre a mesa. Como se o banho ainda fosse dividido. Como se teu colo ainda fosse meu abrigo. Como se ainda fôssemos dois travesseiros e um só edredom.
O amor não te ouve mais chamar, mas ainda assina o teu sobrenome. E eu fico aqui. Perdido em todas as saudades. Carregando, sozinho, as vontades que ele insiste em não querer abandonar.
Você se foi. Partindo-me em tantos, me quebrando em pedaços infinitos, que espalhados te buscam em todos os destinos. Amar é te colocar em qualquer lugar. Ainda que seja apenas por audácia minha. Sobrevivendo do absurdo de quem ouviu você dizer adeus, mas por todos os lados ainda te vê sorrir. E me acenar.
P.H. Almeida
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