Depois de acompanhar a estreia da seleção norte-americana na Copa do Mundo, na noite de segunda-feira, o vice-presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, aproveitou a visita ao Brasil para articular a reaproximação entre Washington e Brasília. Biden, que teve reuniões separadas com a presidente Dilma Rousseff e com o vice-presidente Michel Temer, na manhã de ontem, foi a primeira autoridade da Casa Branca a visitar o país desde as revelações de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) espionou cidadãos e empresas brasileiras, incluindo a presidente e assessores.
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Depois dos encontros, não houve pronunciamento conjunto das autoridades. O vice de Barack Obama falou à imprensa mais tarde na embaixada americana e relatou que teve uma conversa “franca” com Dilma e fez questão de enaltecer a parceria entre os dois países. Em um gesto de cooperação, anunciou o compartilhamento de documentos relativos à ditadura militar brasileira com a Comissão Nacional da Verdade (leia mais ao lado).
Após o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem — feitas no ano passado, com base em documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden —, que provocaram o cancelamento da visita de Estado que Dilma faria a Washington, Biden foi recebido no Palácio do Planalto para uma “longa conversa” sobre as relações bilaterais. A fim de demonstrar disposição para superar o incidente da espionagem, ele declarou que se tornou amigo de Dilma e de Temer — com quem se encontrou no Palácio do Jaburu. O visitante afirmou que “se dá muito bem” com a presidente e que “sempre aprecia” o tempo que passa ela. “Sempre aprendo alguma coisa.”