O diálogo entre a Rússia e os Estados Unidos está \”congelado em quase todos os níveis\”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nessa quarta-feira (21). \”Não nos comunicamos, ou reduzimos ao mínimo os contatos\”, acrescentou Perskov, em entrevista à emissora russa Mir-TV, Alguns trechos da entrevista foram divulgados pela agência de notícias estatal Ria-Novosti.
As relações entre a Rússia e os Estados Unidos são marcadas por grandes tensões por causa de suas divergências no conflito sírio e na crise ucraniana.
Já o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, garantiu que \”o compromisso diplomático com a Rússia se mantém em relação a grande número de questionamentos\”, em particular sobre o conflito sírio.
Desde o início do mês, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, conversou por telefone três vezes com o secretário de Estado americano, John Kerry, segundo a Chancelaria russa.
\”O fato de termos divergências significativas com Moscou é algo muito conhecido, mas não há pausas no diálogo\”, afirmou Kirby.
Essa deterioração de relações, inédita desde o final da Guerra Fria, começou depois da reanexação da península da Crimeia por parte da Rússia, enquanto Moscou é acusada por Washington de apoiar os rebeldes pró-russos no Leste da Ucrânia. Por esse motivo, sofreu sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia.
Ontem, a diplomacia russa disse \”lamentar\” o prolongamento dessas sanções decidido na véspera pelo Tesouro americano.
As tentativas de pressão sobre Moscou \”não têm futuro e estão destinadas ao fracasso\”, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, acrescentando que a Rússia tomará \”naturalmente medidas de represália\”.
Depois da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas em novembro, o presidente russo, Vladimir Putin, chegou a afirmar que esperava um \”diálogo construtivo\” e um \”trabalho mútuo\” com Washington, \”para tirar as relações entre a Rússia e os stados Unidos de sua situação crítica\” atual.