Ao menos treze estados, mais o Distrito Federal, planejam manter a vacinação contra covid-19 de adolescentes sem comorbidades, deficiência permanente ou privação de liberdade. A continuidade das aplicações é contrária à resolução do Ministério da Saúde de suspender a aplicação de imunizantes em meninos e meninas, em geral, com idades entre 12 e 17 anos. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com levantamento realizado pelo GLOBO, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e o Distrito Federal planejam manter as agulhadas. A decisão, porém, pode esbarrar no fim do estoque de vacinas em parte desses estados.
A exclusão dos adolescentes sem comorbidades da fila da imunização foi comunicada na quinta-feira pelo ministro Marcelo Queiroga, depois de uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro. Ele alegou “falta de evidências” da segurança das vacinas para essa faixa. Ontem, médicos da câmara técnica da pasta, que não foram consultados, levantaram a possibilidade de deixar a comissão caso a resolução se mantenha.
Espera de doses no DF
O Distrito Federal informou que começou a imunizar os jovens de 17 anos em 24 de agosto. Até agora, estendeu as aplicações aos meninos e meninas com até 14 anos. A aplicação desse público será mantida. Os que têm entre 12 e 13 anos deverão esperar a chegada de mais doses de vacina.
Por que a suspensão?
A decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades consta em nota informativa publicada na noite de quarta-feira (12). A pasta elenca seis razões para a medida.
Uma das razões, segundo o Ministério é o fato de a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomendar a imunização de crianças e adolescentes. A pasta alega também que “a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 apresentam evolução benigna” e são assintomáticos ou têm sintomas leves.
Ainda de acordo com o Ministério, “os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”. A pasta também leva em consideração a redução na média móvel de casos e óbitos por covid-19 no Brasil após a aceleração da vacinação de adultos nos últimos meses.