Brasília é a unidade da Federação com o enfrentamento mais efetivo ao uso e porte de drogas. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que o Distrito Federal está em primeiro lugar nesse quesito.
O trabalho é diário, e grande parte das apreensões ocorre em rondas de rotina. Nessa quinta-feira (16), uma equipe do Grupo Tático Operacional do 8º Batalhão de Polícia Militar de Ceilândia apreendeu um jovem, de 17 anos, depois de abordar mais de dez pessoas no P Sul.
O rapaz tinha uma tesoura no bolso que cheirava a maconha. Os policiais o acompanharam até em casa e encontraram 2 quilos do entorpecente. Ele foi levado à Delegacia da Criança e do Adolescente pelo crime análogo ao tráfico de drogas.
A capital do País também ocupa boa posição em apreensão de armas de fogo: 11° lugar. Segundo a Polícia Militar do DF, ambos os fatores influenciam na prevenção de crimes graves, como homicídio. A estimativa da corporação é que cerca de 70% desses delitos sejam cometidos com o uso de armamentos.
De janeiro a outubro, a Polícia Militar tirou de circulação 1.738 armas, 80 a mais que no mesmo período do ano passado. “Com isso, evitamos vários crimes, principalmente os contra a vida, que é nosso principal foco”, explica o major do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar Michello Bueno.
O Distrito Federal fechou outubro com a menor taxa de homicídios dos últimos 17 anos. Foram registradas 400 ocorrências desde janeiro — 90 a menos que no mesmo período do ano passado —, quantidade mais baixa desde 2000, quando começou a série histórica.
Os dados integram a metodologia do Viva Brasília — Nosso Pacto Pela Vida e estão no último balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social.
A mesma lógica se aplica, segundo ele, à apreensão de pessoas pelo uso e porte de drogas. “Muitos consumidores de entorpecentes cometem alguns crimes, como roubo e furto, para manter o vício”, diz.
A maior parte dos homicídios no DF, segundo o major, tem algum envolvimento com entorpecentes e ocorre por disputa de território ou por acerto de contas, por exemplo. Por isso, grande parte das prisões é de pessoas que já têm passagens pela polícia.
De janeiro a outubro de 2017, em 73% dos casos, as vítimas tinham antecedentes criminais; e, em 74%, os autores já haviam praticado algum crime.
De acordo com Michello Bueno, a dificuldade de hoje é caracterizar o tráfico de drogas, que depende de flagrante ou de apreensão de quantidade considerável de entorpecente. Mesmo assim, foram feitas, neste ano, a prisão de 1.588 traficantes. Os policiais levaram para as delegacias do DF mais de 1,6 mil pessoas por uso ou porte de drogas.
Neste ano, até outubro, foi retida maior quantidade, por exemplo, de maconha do que em todo o ano passado. Foram mais de 2 toneladas até agora. De crack, foram 44,2 quilos, além de 42,8 quilos de cocaína.
Os locais costumam ser os mesmos para encontrar armas e drogas ilegais, segundo o major. Geralmente são em Ceilândia, Planaltina e Samambaia. “Temos conseguido mesmo com baixo efetivo aumentar nossa produtividade, com base em estudos e posicionando melhor o efetivo.”