Apesar de toda a fé que os nepaleses têm na reconstrução do país, a tensão aumentou na relação entre os atingidos e o governo. Uma semana após a tragédia que ocorreu no sábado (25), continua difícil o acesso a água potável, comida e produtos de higiene. Nepaleses culpam a corrupção e a negligência pelo estado de calamidade que tomou conta do país. A Organização das Nações Unidas (ONU), em nota, afirmou que um terremoto de grandes magnitudes era esperado há anos no Nepal. O primeiro-ministro nepalês, Suchil Koirala, defendeu-se dizendo que “o governo está fazendo de tudo pelo país”.
- Advertisement -
Leia também
Itamaraty faz contato com 183 brasileiros no Nepal e todos passam bem
Em Brasília, amigos se mobilizam para ajudar vítimas de terremoto no Nepal
Até a manhã de quinta-feira (30), eram 5.489 mortos, segundo o boletim do Centro Nacional de Operações de Emergência. Autoridades do país temem que o número de vítimas chegue a 10 mil. O tremor, de 7,8 graus de magnitude, também matou mais de 100 pessoas na Índia e na China. De acordo com a ONU, oito dos 28 milhões de habitantes do Nepal foram afetados direta ou indiretamente pela catástrofe. A cidade mais atingida foi a capital Katimandu. O Unicef estima que um milhão de crianças precisam de ajuda humanitária.
Além de a tragédia ter feito mais de cinco mil vítimas, ainda há o incalculável prejuízo histórico-cultural. Templos e estátuas construídas entre os séculos XII e XVIII foram reduzidos a cascalho. Especialista da Unesco temem que o imenso patrimônio cultural nepalês não consiga se recuperar deste sismo. Foram abaixo templos como a histórica torre de Dharhara, uma das principais atrações turísticas da praça Dubar. Dos nove andares da torre branca do século XIX só restam escombros. “Pensamos que estes sítios históricos sofreram danos gravíssimos”, disse à AFP Christian Manhart, representante da Unesco no Nepal.