Maio já começou, mas nos corredores da Defensoria Pública da União, parece que 2023 está impedido de começar. Com quatro meses decorridos, o órgão segue acéfalo, devido à demora do governo federal em indicar o novo Defensor Geral da União.
Integrantes da carreira, na sua imensa maioria progressistas, se queixam da falta de interesse do presidente Lula PT) com a DPU e reclamam de paralisação no planejamento de longo prazo do órgão.
Após ter conseguido inviabilizar a recondução de Daniel Macedo em janeiro, o governo não encaminhou um novo nome até hoje. A demora na indicação tem expostos os possíveis candidatos a um fogo cruzado de ataques entre si.
Para justificar o atraso, integrantes do governo dizem que o presidente Lula deseja falar com os candidatos antes de tomar uma decisão. Na verdade, o que se ouve nos corredores é o receio do Planalto de escolher entre candidatos simpáticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro
Um defensor com 13 anos de casa ouvido pela reportagem comentou que o então Defensor Geral e candidato à recondução Daniel Macedo encabeçou a lista tríplice após receber expressiva votação na categoria. Ele lembra que, a despeito de sua gestão à frente do órgão ter sido durante o governo Bolsonaro, durante seu mandato Macedo teve uma postura alinhada com a diretrizes históricas de atuação da DPU, sem iniciativas com viés político que denotasse algum tipo de alinhamento ideológico bolsonarista.
Os integrantes da carreira lamentam a postura do governo, que enfraquece uma instituição que manteve uma postura firme em defesa da democracia durante todo o mandato de Jair Bolsonaro.