O pedido de demissão apresentado quinta-feira (17) pelo administrador Valdeci Machado, indicado pela deputada distrital Telma Rufino (Pros), acentua o racha entre a Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) e a Associação Comercial e Industrial da cidade (Aciac).
Machado é presidente licenciado da Aciac e foi indiciado pela Polícia Civil por falsidade ideológica. Antes de prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), entregou ao governador Rodrigo Rollemberg a solicitação para se afastar do cargo.
O Brasília Capital apurou que a denúncia contra o administrador foi feita pelo presidente da Amaac, Roman Dario Cuattrin, em boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil. “A Amaac sempre preza pela legalidade”, disse Roman à reportagem para justificar sua iniciativa.
A suposta ilegalidade cometida por Valdeci Machado seria uma autorização para funcionamento do Bar Frequência, na praça da Estação Arniqueiras. O documento é datado de 22 de agosto do ano passado. Roman prometeu publicá-lo até a próxima segunda-feira (22) no grupo da Amaac no Facebook.
O administrador se defende apresentando outro documento, com data de 15 de setembro, atestando que o estabelecimento havia protocolado a autorização no mês anterior, mas não conseguira recolher a taxa porque o sistema Sislanca, da Secretaria de Fazenda do GDF, estava fora do ar.
No dia 22 de setembro, com a normalização do Sislanca, a proprietária do Frequência, Iris, pagou o boleto de R$ 2.459,16 referente à taxa de ocupação de 41,40 m² da calçada em frente ao seu bar por três meses, desde a data do protocolo do pedido.
O agora ex-administrador se diz tranquilo e seguro de que não cometeu qualquer crime ou irregularidade. Confirma que pediu exoneração para não comprometer o governo e assegurar a lisura das investigações. Mas o grupo da Aciac já discutia, na sexta-feira (19), o nome do empresário Vasco Pigato para sucedê-lo “e não dar espaço aos oportunistas”.
Roman garante que a Amaac não apoiará nenhum candidato nas eleições deste ano, mas que não impede que seus membros tenham pretensões políticas. E admite que três deles são pré-candidatos a deputado distrital: o diretor de comunicação, Marcelo Marques; o primeiro-secretário, Luzimar Pereira da Silva; e o conselheiro fiscal Winston Lima.