A história registra que o ocaso de um império começa com seu crescente isolamento, o que o leva a reagir de forma arrogante. Foi assim na antiguidade com os impérios Persa e Romano, e mais recentemente com o Império Britânico. Com o imperialismo norte-americano não está sendo diferente. Vejamos algumas de suas intervenções.
Na Palestina, deu carta branca para Netanyahu, o primeiro-ministro corrupto e golpista de Israel, tentar escapar de sua enorme impopularidadepondo o traje de vingador e perpetrando um verdadeiro massacre contra a população da Faixa de Gaza.
Biden, cópia escarrada de Trump em política externa, hipocritamente anunciou uma ajuda humanitária de US$ 100 milhões para Gaza, mas no dia seguinte pediu ao Congresso a liberação de US$ 14 bilhões em armamentos para Israel. Tal postura só agrava seu isolamento.
Alguns dias após votar sozinho contra a resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU (perdeu por 12 votos a 1), foi derrotado em outra votação na assembleia geral da ONU por 120 a 14. Curioso é notar quem votou com os EUA, além de Israel, claro: 4 pequenos países europeus governados pela direita xenófoba (Hungria, Croácia,República Tcheca e Áustria); dois países clientes da América Latina (Paraguai e Guatemala); Papua-Nova Guiné e outros cinco minúsculos da Oceania (Fiji, Nauru, Tonga, Ilhas Marshall e Micronésia).
Como diria o locutor esportivo: “Que fase”! Entre as 45 abstenções, deve-se destacar a vergonhosa adesão da social-democracia alemã.
E o Império segue apoiando a matança indiscriminada. Após o brutal e injustificado assassinato pelo Hamas de 1.400 pessoas no sul de Israel (300militares e 1.100 civis, sendo 880 israelenses e 220 estrangeiros) e a captura de 230 reféns, 120 dos quais estrangeiros, o Estado de Israel dá seguimento à sua cruel retaliação.
Segundo o Bureau Estatístico do Estado da Palestina, até 30/10 o total de palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia superava 8.500, além de 23.000 feridos. A esses números devem ser acrescidos mais de 1 mil mortos ainda não retirados dos escombros na Faixa de Gaza; 1,5 mil militantes do Hamas mortos em Israel, segundo o exército israelense, e cerca de 30 mortospor mísseis israelenses no Líbano e na Síria.
E se as “democracias ocidentais” se indignaram com as 40 crianças e bebês cruelmente mortos pelos militantes do Hamas, por que não se indignam também com as 3.490 crianças palestinas mortas em Gaza pelos bombardeios de Israel, além das estimadas 300 sob os escombros e quase 7 mil feridas ou mutiladas.
A atuação dos EUA na Ucrânia segue a mesma linha, dobrando a aposta no governo ultra corrupto de Zelensky, ampliando o fornecimento de material bélico como forma de compensar a redução do fornecimento de armamentos por parte de países da OTAN, como Polônia, Eslováquia e Hungria, que alegam que o governo ucraniano tem desviado parte das armas e munições recebidas para comercializá-las no mercado negro.
O objetivo é gerar instabilidade na Rússia, o que compreendeu uma sucessão de provocações, como o patrocínio do golpe em 2014 derrubando o presidente ucraniano eleito Viktor Yanukovych; o apoio à repressão sobre a população de etnia russa, e os preparativos para a entrada da Ucrânia na OTAN, praticamente obrigando a Rússia a entrar numa guerra de desgaste.
Quanto à Venezuela, diante da resiliência de Maduro, os EUA abandonaram o patético governo paralelo de Juan Guaidó e relaxaram o bloqueio econômico ao país, avalizando as mediações de México e Noruegaque promoveram um acordo entre governo e oposição para eleições em 2024. O preço foi a volta da Chevron ao país.
O bloqueio econômico tem sido a arma do imperialismo para tentar dobrar países que a ele não se curvam, casos de Cuba e Irã. O Império agride, mas há sinais de que seus dias estejam contados!
Argentina – Em 19 de novembro, o povo argentino elegerá seu novo presidente até 2027. E a escolha não será fácil. Se de um lado há um reacionário oportunista, de linhagem ultraliberal, de outro há um neoliberal oportunista, que já vagou por “ene” variantes políticas. Qualquer um que vença não deve trazer bons ventos para a Argentina, e a crise tende a se aprofundar. Mas, como já ocorrido inúmeras vezes no Brasil, só nos resta torcer por Massa, o mal menor.