Cinéfilos e amantes da sétima arte podem se preparar para assistir aos 18 filmes da mostra competitiva do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Na manhã desta segunda-feira (27), o secretário de Cultura, Guilherme Reis, anunciou os nomes dos concorrentes. Serão 12 curtas e médias-metragens e seis longas de gêneros variados (veja lista abaixo), escolhidos entre 588 inscritos — 130 longas, 221 médias e 237 curtas. O anúncio foi feito na Sala Pompeu de Sousa, da secretaria, no Anexo do Teatro Nacional Claudio Santoro.
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A seleção dos competidores coube a comissões integradas por membros da pasta e convidados. “Os curadores passaram por um longo processo de análise para chegar a esses nomes”, conta Sérgio Fidalgo, subsecretário de Promoção e Difusão Cultural, também presente no evento. Os participantes vão disputar prêmios em 24 categorias, no valor total de R$ 340 mil.
Na comissão de escolha dos filmes de longa-metragem estavam os cineastas Giba Assis Brasil, Jeferson De e Juliana Reis, e os curadores Renato Barbieri e Sérgio Moriconi. Para julgar os curtas e médias-metragens, a secretaria contou com a cineasta Marcela Borela, o roteirista Pablo Gonçalo e o premiado diretor Gabriel Mascaro, que levou o troféu de melhor fotografia com Ventos de Agosto (2014), no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. “Buscamos sempre pessoas que, de alguma forma, tenham relação com a proposta”, acrescenta Fidalgo.
\”A ideia do festival é refletir o vigor da produção cinematográfica brasileira\”, explica Renato Barbieri. Ele ressaltou a qualidade dos filmes escolhidos e a variedade dos gêneros contemplados. \”Procuramos seis linhas de pensamento originais.\” Ao prêmio de melhor longa-metragem, concorrem produções do Distrito Federal, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Além das sessões competitivas, a programação de 2015 seguirá atrações de anos anteriores: exibições de obras de cineastas brasilienses (Mostra Brasília), sessões paralelas, festivalzinho (para crianças), encontros, debates, seminários e oficinas. Durante o evento, também haverá lançamentos de catálogos, livros e DVDs. \”Poucas iniciativas são tão presentes na cultura da cidade como o Festival de Brasília\”, destaca o secretário Guilherme Reis.
Volta dos médias
A edição de 2015 marca a volta da categoria média-metragem, com duração superior a 15 minutos e inferior a 70, que tinha sido suspensa há cerca de dez anos. “Resolvemos atender à uma recomendação e abrimos o edital; ficamos surpresos com a demanda”, conta o subsecretário, em referência aos 221 inscritos, número bastante próximo ao de curtas: 237.
Duas mostras paralelas não competitivas, com cinco filmes em cada, integram a programação: a Panorama Brasil, com obras do cinema nacional, e a inédita Continente Compartilhado, que trará coproduções brasileiras com outros países. “Queremos estimular as ações internacionais”, explica Fidalgo. “Muitos países têm tratados de produções com o Brasil, e nossos cineastas não sabem disso”, complementa. Segundo ele, a organização tem se esforçado para trazer representantes estrangeiros da área para participar de mesas, debates e seminários. “Até agora conseguimos fechar com quatro pessoas da França e uma da Alemanha, mas ainda estudamos parcerias com o México e a Índia”, pontua o subsecretário.
Escolas públicas
Outra novidade da 48ª edição é o 1º Festival de Filme Curta-Metragem das Escolas Públicas, lançado em 1º de julho, em solenidade no Cine Brasília (106/107 Sul). Parceria entre as Secretarias de Cultura e de Educação, a mostra incentiva alunos da rede pública do Distrito Federal a produzirem curtas-metragens de até cinco minutos de duração. “É uma forma de colocar os estudantes como protagonistas dessas histórias”, destaca Fidalgo.
A primeira edição traz o tema A Cara da Cultura em sua Cidade e homenageia o cineasta paraibano Vladimir Carvalho. Os filmes serão exibidos em sessões diurnas para alunos, professores e o público em geral. Em 21 de setembro, serão apresentadas as melhores produções, avaliadas por um grupo com representantes das duas secretarias. As inscrições podem ser feitas pelo site da Secretaria de Educação até 17 de agosto.
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Crise financeira
Neste ano, o valor disponível para os prêmios foi reduzido para R$ 340 mil — R$ 310 mil a menos que em 2014 — e a verba está garantida por patrocinadores. “Também tivemos de adequar a programação além da mostra competitiva, que sempre foi muito extensa, mas a qualidade continuará a mesma”, garante o subsecretário de Promoção e Difusão Cultural.
Na busca de soluções criativas para lidar com a crise financeira, a praça de alimentação neste ano será de responsabilidade do projeto Picnik — evento itinerante que reúne arte, cultura e gastronomia em espaços públicos de Brasília. “Eles levarão foodtrucks, barraquinhas, darão um pouco da cara deles ao festival”, adianta Fidalgo. Para o subsecretário, a parceria, além de ser uma forma de economizar com infraestrutura, é uma estratégia inteligente. “Acreditamos na possibilidade de a mudança ser implementada nas próximas edições.”
50 anos
Apesar de estar na 48ª edição, a história do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro tem 50 anos. Começou em 1965, quando ocorreu a 1ª Semana do Cinema Brasileiro, espécie de vitrine cinematográfica da produção cultural brasileira. Mas foi só em 1967, quando passou a premiar cineastas, que ele ganhou status de festival. Nos anos de 1972, 1973 e 1974, não foi realizado devido à época do regime militar no País e voltou em 1975.
Veja a lista de concorrentes:
Longas-metragens
A Família Dionti, de Alan Minas, 97min (RJ)
Big Jato, de Claudio Assis, 92min (PE)
Fome, de Cristiano Burlan, 90min (SP)
Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba, 115min (PR)
Prova de Coragem, de Roberto Gervitz, 90min (RS)
Santoro – O Homem e sua Música, de John Howard Szerman, 85min (DF)
Curtas e médias-metragens
A Outra Margem, de Nathália Tereza, 26 min, (MS)
À Parte do Inferno, de Raul Artuso, 22min, (SP)
Afonso é uma Brazza, de Naji Sidki e James Gama, 23min (DF)
Cidade Nova, de Diego Hoefel, 14min (CE)
Command Action, de João Paulo Miranda Maria, 13min (SP)
Copyleft, de Rodrigo Carneiro, 29min30 (MG)
História de uma Pena, de Leonardo Mouramateus, 30min (CE)
O Corpo, de Lucas Cassales, 16min (RS)
O Sinaleiro, de Daniel Augusto, 15min (SP)
Quintal, de André Novais Oliveira, 20min (MG)
Rapsódio para o Homem Negro, de Gabriel Martins, 24min (MG)
Tarântula, de Aly Muritiba e Marja Calafange, 20min (PR)
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