Começou nesta quarta-feira (25) e seguirá, pelos próximos três meses, uma operação do governo de Brasília para retirada de parcelamentos urbanos na região próxima ao Incra 6, em Brazlândia. Algumas das edificações estão a 15 metros do Canal do Rodeador, que abastece a Barragem do Descoberto.
Além de captar água do Rodeador de forma irregular em meio à crise hídrica pela qual passa do Distrito Federal, a chácara na qual estavam essas construções teve uso desvirtuado, uma vez que somente propriedades para fins rurais têm autorização para atuar nos 275,8 milhões de metros quadrados do perímetro. De acordo com a Agência de Fiscalização (Agefis), essas unidades não são fruto da operação iniciada hoje.
Como o objetivo principal é proteger os mananciais que abastecem o Descoberto, responsável pelo fornecimento de água para cerca de 1,8 milhão de habitantes do DF, a Agefis alerta que quem estiver parcelando lotes rurais para moradias urbanas será retirado. A intenção é impedir que a ocupação ilegal de áreas rurais aumente o problema da impermeabilização do solo.
Uma casa de alvenaria de aproximadamente 400 metros quadrados, praticamente pronta para ser habitada, foi demolida. A residência já estava com vidro temperado nas sacadas e telha colonial ao redor. Há um acesso direto da casa ao córrego, com escadas instaladas para lazer dos moradores.
Energia clandestina – Durante a ação, a Companhia Energética de Brasília (CEB) desligou o abastecimento clandestino de energia. Uma equipe da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos atuou para oferecer suporte a quem precisasse de abrigo, mas não foi necessário qualquer encaminhamento.
Dois tanques com cerca de 15 mil peixes serão aterrados. No entanto, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) expediu um termo de intimação para o proprietário, que recebeu prazo de sete dias para remover os animais. O abastecimento desses reservatórios é feito por uma bomba, que puxa água de forma irregular do Canal do Rodeador, e será retirada na remoção dos peixes.
Os trabalhos desta quarta-feira foram dificultados em virtude do acesso complicado, pois há um extenso trecho de estrada com muito cascalho; e devido à forte chuva que começou a cair por volta do meio-dia.
A operação contou com cerca de 60 servidores, com o apoio de um trator de esteira, uma pá-mecânica, uma pá-carregadeira e nove caminhões.
Além dos órgãos já citados, reforçaram a operação a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal; a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb); a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap); a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e a Subchefia de Ordem Pública e Social, da Casa Militar.