Em momentos de crise, como este pelo qual a humanidade passa, de luta contra um inimigo invisível, a Comunicação Social é fundamental. Na prevenção à covid-19, o combate à desinformação – potencializada pelas fake news que correm o mundo em poucos segundos pelas redes sociais – é quase tão importante quanto o imprescindível atendimento dispensado pelos profissionais da Saúde. Daí a atividade da Imprensa ser essencial.
A praga atinge indistintamente ricos e pobres. Depois de devastar dezenas de milhares de vidas pela Europa, o novo coronavírus agora tem como epicentro os Estados Unidos, maior potência econômica e militar dos dias modernos. E será tão mais devastadora à medida que avançar rumo às populações mais carentes e, por consequência, menos informadas.
No Brasil – e em Brasília, particularmente –, a briga pela divulgação da informação correta ganha um caráter ainda mais estratégico. O GDF está fazendo um bom trabalho de conscientização da população, adotando medidas inadiáveis de isolamento social e divulgando informações quanto às formas de prevenção da doença. Sempre deixando claro que o melhor remédio é ficar em casa.
No entanto, na outra ponta do Eixo Monumental, o Presidente da República a toda hora desrespeita os governadores e prega a baderna. Um desserviço inominável. Um crime contra a saúde pública que, a meu ver, justificaria um pedido dos demais Poderes constituídos de afastamento dele da função. Bolsonaro, decisivamente, não está à altura do cargo que ocupa.
Além de manter, a poucos metros de sua sala no Palácio do Planalto, o chamado Gabinete do Ódio, de onde sua ninhada de filhos tresloucados dissemina maldades e mentiras contra tudo e contra todos, o Capitão é useiro e vezeiro de inventar notícias falsas para espalhar na Internet. Somente esta semana, foi flagrado três vezes nesta prática mesquinha.
Há poucos dias, ele resolveu passear pelas ruas de Ceilândia, Taguatinga e Sudoeste. Uma afronta às autoridades sanitárias, incluindo aí a Organização Mundial da Saúde e o próprio Ministério da Saúde brasileiro.
Portanto, para combater a tropa da desinformação capitaneada pelo Presidente da República, é fundamental a atuação de cada jornal, de cada blog, cada televisão, cada rádio. É nesses veículos que a população confia, por saber que ali estão jornalistas e profissionais comprometidos com a verdade.
E não podemos esquecer que atrás de um computador, de uma câmera de TV, de um microfone, de um jornal, tem trabalhadores. São repórteres, editores, redatores, cinegrafistas, operadores que, muitas vezes, põem sua vida em perigo para nos deixar bem informados. E os veículos precisam ter condições de pagar seus salários.
A Comunicação oficial não é para exaltar os governos de plantão, até porque a legislação obriga a impessoalidade da publicidade feita com dinheiro público. A Comunicação do Estado existe para informar bem a população. Por isso, ela é tão fundamental neste momento de guerra. E não pode ser computada como despesa, mas sim como investimento em prol da saúde do povo.
Quem está na vida pública e não entende esse princípio básico, deveria rever seus conceitos.