O carnaval é a época das cores. A vasta quantidade de matizes atrai a atenção de qualquer um (até a minha, mesmo sendo daltônico). Colorir-se é a lei da folia! Agora, me diga: qual brasileiro nunca travou a língua ao tentar empregar o plural de uma cor? Isso é mais frequente do que você imagina! Por isso, resolvi escrever este artigo, a fim de evitar possíveis constrangimentos na avenida e nos blocos.
Compare estas duas sentenças:
- Vi o ornamento verde-claro.
- Vi o ornamento cinza-claro.
Para analisar um adjetivo composto – no nosso caso, “verde-claro” e “cinza-claro” –, olhe para a primeira palavra (“verde” e “cinza”). “Verde” é originalmente o nome de uma cor, ao passo que “cinza” é um substantivo que deu nome à cor. Sempre que ocorrer o que foi apresentado no primeiro caso, deve haver concordância, ao passo que, no segundo caso, o adjetivo permanece invariável.
Vamos fazer um teste: trocar “ornamento” por ornamentos:
- Vi os ornamentos verde-claros.
- Vi os ornamentos cinza-claro.
Mais um: trocar “ornamento” por fantasia:
- Vi a fantasia verde-clara.
- Vi a fantasia cinza-claro.
Vou resumir, em termos ainda mais simples: se o nome da cor for realmente nome de cor, haverá concordância; se for nome de outro objeto e passou a ser nome de cor, não haverá! Simples, não?
Vejamos mais um exemplo:
- O carro alegórico é azul-escuro.
- O carro alegórico é rosa-escuro.
Ao trocar “carro alegórico” por carros alegóricos, teremos:
- Os carros alegóricos são azul-escuros.
- Os carros alegóricos são rosa-escuro.
Além disso, sempre que o nome da cor apresentar um substantivo, não deve haver concordância.
- Aquela decoração amarelo-ouro.
- Esses trios elétricos verde-bandeira.
Agora, não há mais razão para dúvida ou timidez! Aproveite o carnaval com responsabilidade e moderação!