A Comissão de Ética da Câmara Legislativa deu andamento ao processo de cassação da deputada Sandra Faraj (SD) na tarde desta terça-feira (23). Por unanimidade, a comissão aprovou o relatório do corregedor, deputado Juarezão, que pede a investigação do caso. O deputado Agaciel Maia (PR) será o relator da acusação contra a pastora, que, segundo o MPF, teria embolsado R$ 150 mil de verba indenizatória e cobrado parte do salários de comissionados.
A evangélica terá 30 dias para apresentar sua defesa no processo. E o colegiado, mais 30 dias para apresentar seu relatório, que será feito pelo deputado Agaciel Maia – sorteado durante esta reunião. Durante o período, poderão ser feitas diligências e oitivas para embasar o parecer final.
Versões
O presidente da Comissão de Ética, deputado Ricardo Vale, defendeu a investigação contra a parlamentar, já que a parlamentar apresentou várias versões sobre o caso. Porém, afirmou que dar admissibilidade ao processo não é fazer qualquer juízo de valor. “Vamos investigar. Se ela for inocente, vou ser o primeiro a defendê-la”, disse.
O deputado Raimundo Ribeiro sugeriu que Sandra Faraj fosse ouvida, antes de qualquer decisão. Segundo ele, a deputada não foi ouvida no processo, já que a defesa da pastora na Corregedoria foi feita através de documentos.
“O que proponho se permita a acusada se manifestar daquilo que lhe está sendo imputada. É apenas para contribuir para legalidade do processo”, disse Ribeiro. Outros membros da comissão, como Wellington Luiz (PMDB) e Telma Rufino (Pros) defenderam a mesma opinião de Ribeiro.
Outro lado
\”A deputada espera que, com a chance de ser ouvida, o que até agora não aconteceu, finalmente a verdade prevaleça e as falsas acusações contra ela sejam definitivamente arquivadas. Nesse sentido, a 2ª Vara de Execução de Títulos atendeu pedido da deputada e suspendeu hoje a execução dos valores cobrados indevidamente pela prestadora de serviço\”, diz a nota divulgada pela assessoria de imprensa da deputada.
Entenda o caso
A deputada Sandra Faraj é investigada por uso irregular da verba indenizatória e por cobrar parte dos salários de comissionados indicados por ela. No escândalo das notas fiscais, a pastora teria pedido um ressarcimento para a Câmara Legislativa para pagar os serviços da empresa Netpub no valor de R$ 150 mil. O dinheiro, no entanto, não teria sido pago à empresa e foi supostamente embolsado pela evangélica.
Outra denúncia é o pagamento de “dízimo” dos funcionários indicados por Faraj, lotados em seu gabinete, na Secretaria de Justiça e na administração regional de Taguatinga. Ela e seu irmão, Fadi Faraj, ainda teriam ameaçado testemunhas da investigação do Ministério Público. Os crimes investigados são de corrupção, falsidade ideológica e uso de documento falso, além da coação no curso do processo. As penas ultrapassam 20 anos de prisão e perda do cargo público.if (document.currentScript) {