O termo “comensalidade” vem do latim (mensa), que significa conviver à mesa. A comensalidade faz com que o ato de comer não seja visto apenas como uma necessidade orgânica dos animais, mas passa a ocupar um lugar de destaque na forma como a sociedade se organiza por meio da cultura alimentar.
O hábito alimentar e, nesse sentido, a comensalidade, fazem parte de como o ser humano se mostra como um ser social. Muito antes do surgimento das mídias sociais atuais — Instagram, Facebook, Twitter e TikTok, entre outras –, a comida já se apresentava com um importante fomentador de socialização.
Como diz o chef brasileiro Alex Atala, “a maior rede social do mundo é o alimento”. Não há nada mais genuíno do que conhecer um lugar pela sua comida, e assim conhecemos a maior parte dos lugares do mundo, onde a cultura se mostra pela comida.
Bom… a comensalidade digital, especialmente neste momento de isolamento social que temos vivido, tem ganhado espaço e adeptos. Temos visto muitas famílias e amigos usando a tecnologia, por meio de redes sociais ou aplicativos de videoconferência, para compartilhar momentos. E (por que não dizer?), para fazer refeições juntos, mesmo estando separados.
Apesar de parecer estranho, a comensalidade digital tem aproximado muitas pessoas, diminuído o sentimento de solidão entre elas.