Da Redação
Desde 2020, professores e gestores do Centro Interescolar de Línguas do Guará (CILG) realizam uma ação pedagógica inovadora a partir da experiência cotidiana. O projeto “Bem-Vindos ao Distrito Federal – Português Língua de Acolhimento e Desenvolvimento Humano” é um curso de língua portuguesa para migrantes estrangeiros, muitos em situação de refúgio.
O projeto oferece, para além do curso de português para estrangeiros, um acolhimento especial que garante um bem-estar e segurança que só quem já viveu fora de seu país sem pronunciar nenhuma palavra do idioma local sabe como é. Mais do que um projeto restrito a uma escola, essa ação, que ocorre há mais de dois anos, apresenta-se como uma inovação e uma política pública de Estado.
O Bem-Vindos ao Distrito Federal foi criado e elaborado por quatro profissionais: a professora Fabíola Ribeiro; a assessora da CRE do Guará, Patrícia Melo; a coordenadora da Unidade Regional de Educação Básica (Unieb), Lucélia Abreu; e Adriana Lopes, ex-diretora do CILG, e foi acolhido no CILG pela atual diretora, Taiana Santana, e sua vice, Priscila Mesquita.
Num primeiro momento, ele foi realizado graças a uma parceria com o projeto de extensão ProAcolher, da UnB. Apresentado à SEEDF, em 2019, foi aprovado e começou a funcionar no início de 2020. De lá para cá, mais de 680 migrantes pediram para ingressar no projeto, mas, em razão da limitação da escola, apenas a metade da demanda foi atendida.
Com isso, mais de 300 estudantes migrantes internacionais tiveram o privilégio de participar da experiência piloto. Dentre as nacionalidades atendidas, destaque para cidadãos do Paquistão, do Haiti, de Ruanda, Guiné, Bangladesh, Venezuela, Colômbia, Peru, Gana, Marrocos, Itália, Inglaterra, Nigéria, México, Togo, Egito, Senegal e Benin.
Bem sucedido
A professora Fabíola Ribeiro afirma que a equipe está na luta para que o projeto continue e se torne um programa da SEEDF, e não acabe após as eleições de 2022. “É tão bom e comprovadamente bem-sucedido que a equipe da CRE Guará tem apoiado, assim como as gestoras do CILG. É visível a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes e, por isso, o apoio”, explica.
Fabíola Ribeiro diz que “tudo que precisamos nossas gestoras providenciam. Temos material pedagógico e sala de aula com variados recursos, tanto para as aulas on-line como para os encontros presenciais. E tudo deu certo. Nosso projeto tem potencial para ser transformado em política pública. O que falta agora é que as pessoas que têm participado ativamente dele sejam ouvidas”.