Vivemos uma grande crise política, econômica e, porque não dizer, moral e de valores em nosso país. Chegamos a um ponto de imensa preocupação com a revelação do esquema de corrupção que envolve 40 empresas do setor alimentício.
Indícios do inquérito revelaram que carnes eram vendidas fora do prazo de validade, misturadas com papelão e até com substâncias cancerígenas. Diante da magnitude do problema, devemos discutir com afinco essa questão grave que envolve a saúde de toda a população.
Imaginar que esses produtos chegaram a nossas casas e refeições, às mesas de estabelecimentos comerciais, às mesas das nossas crianças em escolas e até mesmo fizeram parte das refeições de pessoas hospitalizadas, pois nem os enfermos e as crianças foram poupados. Uma vergonha nacional!
E ainda tem quem acredite que isso foi manobra política para desviar a atenção da crise política maior. Na verdade, não. Estamos diante de um tsunami, e nós seremos engolidos por essa onda de corrupção sem fim.
Há duas edições, escrevi sobre os alimentos de verdade e, mais uma vez, nos deparamos com esse problema, já que vegetais estão cheios de agrotóxicos usados em quantidades abusivas pela agroindústria, leites são adulterados e agora existem até mesmo carnes impróprias para o consumo. Há quem acredite que a indústria de alimentos está a nosso favor? Não mesmo. Elas visam lucro e apenas isso.
Precisamos nos unir enquanto sociedade civil para que a indústria e o governo entendam que eles nos servem e existem por nós. E não o contrário. Com revolta e indignação que escrevo o artigo de hoje, pois a vida e a saúde humanas estão literalmente sendo deixadas de lado em favor do lucro de grandes empresas.
Precisamos, cada vez mais, fortalecer a agricultura e a produção local e familiar. Comprar dos pequenos produtores e estimular o consumo de alimentos de verdade, com a garantia de saúde e qualidade.}