Quatro horas antes do início do último debate entre os cinco principais candidatos ao GDF, promovido pela TV Globo Brasília na terça-feira (30), o DFTV Segunda Edição divulgou a terceira rodada de pesquisas do Ibope encomendadas pela emissora.
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O candidato do PSB, senador Rodrigo Rollemberg, consolidou o primeiro lugar, com 32% das intenções de voto e o concorrente do PR, Jofran Frejat, abriu cinco pontos de vantagem para o terceiro colocado, o governador Agnelo – 24% contra 19%. Assim, deixou de existir o empate técnico do levantamento anterior. Luiz Pitiman (PSDB) e Toninho do PSol têm 3% cada.
Tudo leva a crer que após a votação deste domingo, 5 de outubro, o segundo turno será disputado no dia 26 entre Rollemberg e Frejat. Neste cenário, segundo simulação do Ibope, o senador socialista será o próximo governador do DF, vencendo o republicano por 49% a 30%. Caso Agnelo consiga uma reação espetacular, seria derrotado por uma margem ainda maior: 57% a 23%.
Nervosismo – A divulgação da pesquisa poucas horas do debate provocou uma mudança de estratégia das campanhas. Rollemberg adotou a tática de não fazer perguntas diretas para Frejat e Agnelo. Escolhia sempre Pitiman ou Toninho, de forma a não entrar em polêmicas.
Agnelo não conseguia disfarçar o nervosismo. Tanto agredia o socialista como tentava provocar Frejat. Com isso, expunha-se ainda mais aos ataques dos adversários, que exploravam os problemas da saúde, da segurança pública, da educação e da mobilidade urbana, áreas muito mal avaliadas pela população em todas as pesquisas.
Provavelmente já de olho no segundo turno, Rollemberg tentou carimbar Frejat como ultrapassado, devido à idade avançada (77 anos) e aos seus principais apoiadores – os ex-governadores Joaquim Roriz (PRTB) e José Roberto Arruda (PR) e o ex-senador Luiz Estevão (PRTB), que está preso em São Paulo desde o último fim-de-semana.
Frejat, no entanto, não fugiu da briga. Chamou Rollemberg de “Agnelozinho”, dizendo que as propostas do adversário são cópias da campanha do governador petista em 2010. E, voltando sua artilharia diretamente para o petista, denunciou que, com a troca das empresas do transporte coletivo, a população de Brasília perdeu mil ônibus nas frotas. Prometeu, ainda extinguir a Agência de Fiscalização (Agefis).
Agnelo não respondeu à questão dos ônibus e insistiu em valorizar o trabalho que executou desde que assumiu o Buriti. Alegou que precisou de um ano e meio para “arrumar a casa” e que está, efetivamente, implantando a educação de tempo integral na rede pública da capital da República, promovendo concursos públicos para a saúde e para a segurança.
Onda vermelha – Como é tradição, o debate da Globo foi o último da campanha de primeiro turno. Depois dele, resta o esforço dos comitês e dos candidatos, tanto para manter a dianteira como para tentar uma virada de última hora. E esta é a esperança que resta a Agnelo. Ninguém pode subestimar a chamada “onda vermelha” que os petistas costumam promover às vésperas das eleições. Assim, Frejat tem que manter a concentração total para confirmar nas urnas a vantagem que o Ibope lhe concede na pesquisa.
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Rollemberg aproveitou, ainda, para falar de sua proposta de retomar o programa Saúde em Casa, criado durante o governo Cristovam Buarque (1995 a 1998), coordenado pela então secretária Maninha, hoje candidata a deputada distrital pelo PSol de Toninho. Ou seja, jogou a isca para fisgar o apoio – ou os votos – deles no segundo turno.