A notícia vem seca: o estado do Alabama executou Kenneth Eugene Smith, condenado à morte pelo assassinato de uma mulher – a mando do marido da vítima –, aplicando o método de asfixia com gás de nitrogênio.
A ONU considera tortura e crueldade usar o nitrogênio para matar humanos, condenados ou não. Já o Alabama se oferece para ensinar como se mata em tempo angustiantemente longo: 29 minutos depois do início da execução.
Bandido bom é bandido morto? Há quem discorde e defenda que a morte de bandidos, com ou sem tortura, não deveria ser aplicada em nome do que se chama bem-estar social, seja lá o que isso signifique.
Mas, num mundo tão cheio de mortes (quantas na Ucrânia e em Gaza, só para falar dos mais óbvios?), pra quê se preocupar com um bandido do Alabama, executado sem receber sequer a sedação que é aplicada nos animais sacrificados com o mesmo gás?
Bandidos mortos merecem, dizem os que gostam da morte. Seja um Kenneth E. Smith americano ou, cá pra nós, um Zé Neguinho da favela.