Brasília perdeu, na manhã de sexta-feira (5), o pioneiro Pedro Alves, de 88 anos. Contabilista e advogado, ele estava internado há 15 dias no Hospital Santa Lúcia, da Asa Norte, e sofreu uma parada cardiorrespiratória na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante o período de recuperação de uma cirurgia para correção de um marcapasso cardíaco.
Natural de Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro, Pedro Alves chegou em Brasília em 1960. Dois anos depois, casou-se com a agora viúva Lindalva Arruda Alves, com quem teve cinco filhos (Elen, Elmir, Elmo, Elton e Erlene).
Exímio contador de “causos”, Pedro Alves sempre gostou de viajar. Mas seu passeio preferido era para as pescarias com os amigos no rio Araguaia, em Goiás. Fundou a empresa Scala Contadores e Auditores, hoje dirigida pelos filhos Erlene e Elton.
O escritório atende centenas de clientes, de micro a grandes empresas, como o Grupo Jarjour, cujos fundadores conheceu quando todos moravam em Taguatinga.
Exemplo
Pedro Alves autointitulava-se “piotário” – pioneiros que, na definição dele, saíram do sossego de suas cidades de origem dos mais diversos cantos do Brasil para “sofrer e comer poeira” na construção da Nova Capital.
Pai, marido, avô e, principalmente, companheiro dedicado, o “piotário” apreciador de bons vinhos participou da fundação do Rotary Club de Brasília, foi presidente do Instituto de Peritos do Distrito Federal (Inpecon) e participou de outras instituições de seu ramo de atividade profissional.
Torcedor fervoroso do Santos Futebol Clube, sabia de cor a escalação do super time comandado pelo Rei Pelé na década de 1960. Leitor voraz de livros e jornais, sensibilizou a todos que o conheciam quando, em 2018, aos 82 anos, se formou em Direito pela UDF,
“Ele será sempre lembrado como uma pessoa do bem e um exemplo para todos da família”, diz a neta Luiza, formada em Comunicação Social pela UnB. “Meu avô foi um modelo de seriedade e determinação na busca de seus objetivos de vida”, completa o médico Lucas Arruda Queiroz.
A empresária e filha única de outro casal pioneiro (Antônio Correia e Maria Elza, já falecidos) Tatiana Barros, dona de um armarinho e criada na mesma rua onde Pedro Alves morava com a família no setor QSA de Taguatinga, lamentou a morte.
“Ele me deu uma segunda família e me ensinou o prazer de descobrir coisas novas neste mundo, como minhas primeiras viagens para as praias do Sul da Bahia. Perdi hoje meu segundo pai”, lamentou.
Velório
O corpo de Pedro Alves será velado a partir das 8h30 de sábado (6), na capela 1 do cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento está marcado para as 11h.