Trinta e quatro brasileiros ligados a movimentos de solidariedade internacionalista estão emacampamentos de refugiados do Sahara Ocidental para conhecer a luta da Frente Polisario contra o invasor marroquino.
O Reino do Marrocos ocupa o Sahara Ocidental desde 1975, ao fim da colonização espanhola. Nesses 48 anos, o povo saharui, liderado pela Frente Polisario, organização política unitária de todas as forças saharauis, tem lutado para expulsar o invasor, que prende, tortura e mata aqueles que o enfrentam.
Marrocos retira as riquezas saharuis, especialmente o fosfato – usado na produção de fertilizantes, que é comprado pelo agronegócio brasileiro – e o banco pesqueiro no mar territorial saharui, onde os invasores realizam a pesca impedindo os nativos de terem acesso ao mar.
A viagem começou no dia 10 de outubro. Adelegação passou primeiro por Argel e Tindouf, antes de chegar ao Sahara Ocidental.
Na permanência de oito dias nos acampamentos no deserto, o grupo terá reuniões com autoridades da República Árabe SaharuiDemocrática (RASD), ministros e parlamentares, e visitará escolas, centros culturais e museus.
Muro – O objetivo da caravana é conhecer a luta do povo saharui em defesa da libertação de seu território. Marrocos construiu um muro de 2.720 quilômetros para impedir que os saharui tenhamacesso às riquezas existentes. O invasor retira as riquezas e vende, especialmente o fosfato, que tem no Brasil um grande comprador.
Fundada em 1973, a Frente Polisario lidera, de armas nas mãos, a resistência contra a invasão, uma vez que o colonizador não reconhece as decisões das Nações Unidas, do Tribunal Penal Internacional e da União Africana ao direito do povo saharui à soberania e autodeterminação.
Dois jornalistas integrantes da missão, Paulo Miranda e Pedro César Batista, atestam que os crimes praticados por Marrocos contra a população saharui são “um desrespeito permanente aos direitos humanos”.