Ao contrário do que muitos pensam, o registro de terremotos no Brasil não é algo raro e acontece quase todo dia. Só que esses tremores são tão leves que as pessoas nem sempre sentem.
O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis) registrou apenas em março deste ano, 26 pequenos abalos em solos brasileiros (quase um por dia). O mais forte aconteceu na cidade de Tarauacá, no Acre, em 15 de março, e teve magnitude de 4,3 graus na escala Richter. Já a população do município de Taipu (RN), a 50 km da capital Natal, sentiu três vezes a terra tremer, em 10, 11 e 13 de março. No entanto, nenhuma morte foi causada ou grandes destruições registradas em nenhum desses casos.
Segundo especialistas, os tremores abaixo de 5 graus dificilmente causam estragos. Até hoje estudiosos tentam dar um único motivo para esses fenômenos no Brasil. O que se sabe é que terremotos podem ser causados por falhas geológicas, vulcanismos e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas, sendo esse o mais grave pelo risco de tsunamis, quando ocorrido no oceano. O Brasil não é uma região vulnerável a sofrer esses tipos de abalo, pois está localizado no centro da placa da América do Sul.
O grande problema, no entanto, é que não há como prever terremotos. O que existe são sistemas de alerta, emitidos pelos observatórios sismológicos quando o tremor do epicentro se manifesta.
Terremoto desta segunda-feira na Bolívia
Um tremor de terra de 6,8 graus aconteceu nesta segunda-feira, às 10h40 (horário de Brasília) em uma localidade chamada Carandayti, na Bolívia. O abalo foi sentido em cidades do RS, PR, SC, SP, MG e DF.
Em Brasília, no Plano Piloto muitas pessoas se assustaram. Prédios foram esvaziados no Setor Comercial Sul (SCS), no Setor de Rádio e Tvs Norte (SRTVN), além dos edifícios da Infraero, Terracap, Secretaria de Segurança Pública e do Ministério da Justiça.
O maior dos tremores durou apenas 5 segundos.
Maior terremoto ocorreu em 1955, no Mato Grosso
De acordo com o Obsis, o maior terremoto observado em todo o território nacional ocorreu na Serra do Tombador (MT), em 31 de janeiro de 1955, com uma magnitude de 6,2 graus. O abalo ocorreu em região pouco habitada, o que não ocasionou em mortes. Já na cidade de Porto dos Gaúchos, também no Mato Grosso, abalos sísmicos recorrentes vêm sendo observados desde 1959 por especialistas da Universidade de Brasília.
Até hoje, o maior terremoto ocorrido na história foi de 9.5 graus, no Chile, em 1960.
A classificação de tremores da Escala Richter
1 a 1,9
Micro tremor. Não se sente. Frequência de 8000 por dia em média
2 a 2,9
Geralmente não se sente, mas é detectado/registrado. Frequência de 1000 por dia em média
3 a 3,9
São percebidos pelos humanos, mas não causam danos materiais. Frequência de 49000 por ano em média
4 a 4,9
Têm maior intensidade e, eventualmente, provocam estragos em carros e vidros. Frequência de 6200 por ano em média
5 a 5,9
Causam danos em construções sólidas. Podem provocar rachaduras. Frequência de 800 por ano em média
6 a 6,9
Causam estragos em um raio de 100 quilômetros. Destroem pontes e estradas. Frequência de 120 por ano em média
7 a 7,9
São dez vezes mais fortes que os terremotos de magnitude 6, e podem provocar danos graves em zonas mais vastas. Frequência de 18 por ano em média
8 a 8,9
São catastróficos. Destroem cidades inteiras e causam milhares de mortes. Frequência de 1 por ano em média
9 a 9,9
Devasta zonas num raio de milhares de quilômetros. Frequência de 1 a cada 20 anos em média
Acima de 10
Nunca registrado