Um encontro extra-agenda entre o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), na manhã de domingo (6), no Palácio da Alvorada mobilizou o noticiário do início da semana. Os dois políticos teriam discutido as pautas prioritárias do governo e o envio, nos próximos dias, pelo Executivo, do projeto de reforma administrativa. Entre outras medidas, estaria o fim da estabilidade para a maioria dos servidores públicos.
A informação ganhou destaque em toda a imprensa e foi alvo de ataques ao governo nas redes sociais. Funcionários públicos eleitores de Bolsonaro se dizem traídos. Já na manhã desta segunda-feira, ao sair do Alvorada, Bolsonaro parou para conversar com populares e atacou a imprensa, negando que o fim da estabilidade esteja em seus planos.
No entanto, o projeto passa pelos ajustes finais no Ministério da Economia. O governo estuda criar um novo formato de contratação, sem tempo definido e sem que haja dispositivo que dificulte a demissão do servidor. Propostas de mudanças nas carreiras e na Previdência também serão tratadas.
Outra pauta do encontro com Maia foi a proposta de mudanças na chamada regra de ouro, mecanismo que proíbe o endividamento do governo para pagar despesas correntes, como salários, benefícios, aposentadorias e contas de luz.
“Precisamos, rapidamente, controlar os gastos, porque, senão, tudo que a gente vem fazendo se perde”. Não adianta avançar na eficiência do Estado se todo ano as despesas obrigatórias crescem e os investimentos ficam cada vez menores”, disse Rodrigo Maia. As duas iniciativas devem ser divididas na Câmara e no Senado.
Patifaria – “Nunca falei nesse assunto. Querem jogar o servidor contra mim”, disse Bolsonaro. Ele criticou duramente a imprensa, e classificou as reportagens como “covardia” e “patifaria”. “Lamento a imprensa brasileira agir dessa maneira. O tempo todo mentindo, distorcendo e me difamando. Vocês querem me derrubar? Eu tenho o couro duro. Vai ser difícil”, acrescentou.