Há 13 meses – desde abril de 2022, quando a inflação acumulada de 12 meses somou 12,13% a -, a inflação vem caindo no Brasil. E desde março deste ano, o acumulado tem ficado abaixo do teto da meta (4,75% ao ano), tendo fechado maio em 3,94%. Mas nas duas últimas reuniões, o Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. Portanto, não tem outro nome: o que a direção do BC faz é uma descarada sabotagem, verdadeiro crime de lesa-pátria, com a economia brasileira e com o País.
No próximo dia 20, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente para fixar a Selic. O que fará o BC? No 1º trimestre do ano, a inflação acumulou 2,09%, queda de 34,7% em relação ao 1º trimestre de 2022 (3,20%). Já no 2º trimestre, se confirmada a previsão de IPCA de 0,3% em junho, a inflação em três meses terá sido de 1,14%, 47,2% abaixo dos 2,16% do 2º trimestre de 2022. Assim, no 1º semestre de 2023 acumularia alta de 3,25%, 40,1% abaixo dos 5,43% acumulados nos primeiros seis meses de 2022.
Além de estar em queda, todos sabem que a inflação não é de demanda. No 1º trimestre de 2023 o consumo das famílias cresceu pífios 0,2%. O fato é que a elevada taxa de juros encarece o crédito às famílias, travando o consumo; desestimula os investimentos produtivos e onera fortemente a dívida pública.
Mas quem o BC consulta para tomar suas decisões sobre política monetária? O Boletim Focus, que apura a opinião de 140 grupos do mercado financeiro. Contra todas as evidências, a projeção do Focus para a inflação em 2023 SUBIU para 6,03%. Dessa forma, estima (defende) que a Selic cairá módicos 1,25 p.p. até dezembro, para 12,5%. E, claro, com os juros travando a economia, os banqueiros do Focus esperam colher o que plantam: um baixo crescimento do PIB em 2023, de 1%.
Falar em sabotagem da economia brasileira sob o governo Lula pela “turma” do mercado financeiro é exagero? Vejamos: segundo Pesquisa da Genial/Quaest, realizada de 4 a 8 de maio com agentes do mercado financeiro, Lula tem a aprovação de 2% dos entrevistados. Isso mesmo: 2%. 12% o avaliam como regular e nada menos que 86% o avaliam negativamente.
Isso depois do envio pelo Ministério da Fazenda das novas regras fiscais tão ao “gosto do freguês” (mercado financeiro), e, embora abrandando em relação à antiga Lei do “Teto de Gastos” de Temer/Bolsonaro, mantendo a lógica de fixar rígido teto para as despesas do governo federal para gerar superávits primários. Mas sempre querendo mais, nada menos que 90% acham que a economia está no caminho errado.
Ah, sim, a cereja do bolo: 91% acham correta a decisão do BC de manter a Selic em 13,75%. Devem estar procurando quem são os traidores da casta entre os 9%. E quanto ao grau de confiança/desconfiança em alguns políticos: Lula (1% x 95%), Mercadante (0% x 99%), Gleisi (0% x 99%,), Zema (45% x 20%), Tarcísio (51% x 11%), e Campos Neto (67% x 9%). E os políticos prediletos para derrotar o PT em 2026, deste “nobre recorte” da elite brasileira: 48% preferem Tarcísio, 34% Bolsonaro e 7% Zema.