A cerca no Parque Central de Águas Claras, acabando com o estacionamento, provocou o fechamento de vários bares no Shopping One, na Rua das Paineiras. A maioria dos proprietários pretende deixar o local. O último a fechar as portas foi o Piratas, que estava há sete anos funcionando na região administrativa. O dono, Arthur Wagner, reabriu o Piratas no Setor Sudoeste, ao lado do Plano Piloto.
O cercamento do Parque Central foi feito em janeiro deste ano, após decisão judicial que determinou o fechamento da área em 90 dias, antes do início do ano. Desde então, quatro estabelecimentos no Shopping One deixaram de funcionar: Tontteria, Camon Creperia, Primeiro Bar e Piratas. O movimento de saída dos bares, segundo o administrador do shopping, é uma tendência, já que faltam estacionamentos abertos na região.
O point de bares começou a ser formado em 2011, com a inauguração do Shopping One. O acesso e a concentração de estabelecimentos para entretenimento era um dos atrativos do local, que fica em frente ao Parque Central, até então, um extenso terreno baldio, onde os clientes estacionavam os carros. Após o cercamento, o acesso ficou restrito, frequentadores do local tiveram que parar os carros nas ruas e o fluxo diminuiu.
“Meu faturamento caiu 30% no mês seguinte. Com o tempo, vi que tinha perdido 60% dos meus clientes. Era uma área de proteção ambiental abandonada até a chegada dos bares. Quando começamos a utilizar o espaço, quiseram tomar de volta. Até agora nada, além do cercamento, foi feito”, disse o dono do Piratas, Arthur Wagner.
Concurso
Com a interdição do Parque Central, foi feito um concurso nacional para eleger o melhor projeto para executar a urbanização e paisagismo do terreno. O projeto vencedor, feito em São Paulo, apesar de ter vagas para veículos, não prevê um bolsão (área vazia), como reivindicava empresários e os administradores do Shopping One, para abrigar a clientela. Para o administrador do shopping, Michel Moura, o fechamento de bares no prédio representa uma tendência.
“Já estamos estudando uma nova temática para o local com o objetivo de atrair empreendedores. Fizemos um abaixo-assinado com moradores e clientes para viabilizar o estacionamento no Parque Central, mas não deu certo. Propomos investir na urbanização do local até que, efetivamente, o projeto do parque seja colocado em execução, mas não quiseram”, disse.
Amaac
A Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) defende a criação de um parque vivencial, assim como o Parque da Cidade, nas áreas do Parque Sul e Parque Central para atividades voltadas destinadas ao lazer da comunidade. O presidente da Amaac, Roman Cuattrin, diz que, além do Parque Central, o uso irregular das áreas verdes ocorria também na parte sul, feita por instituições de ensino.
“A ação partiu do MP, porém era uma reivindicação antiga da comunidade. O GDF ainda recorreu da decisão judicial de cercar a área, sob alegação de não ter recursos. Porém, acabaram perdendo. Além de um parque para o lazer, a nova biblioteca da região será instalada na área”, afirma Roman Cuattrin.
O projeto de execução do projeto dos Parques Sul e Central está em fase de detalhamento técnico. O Governo de Brasília tem 180 dias para fazer o detalhamento técnico, em que será decidida a cargo de quem ficará a execução da obra, se a Novacap ou uma empresa privada.