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colaboradores, Economia, Geral

As três armadilhas do mercado

  • Júlio Miragaya
  • 04/06/2025
  • 09:17

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O que é o mercado? Há dois séculos, a humanidade é refém de algo aparentemente abstrato, o tal mercado, capitaneado pelo capital financeiro, no qual os capitais industrial, comercial e agrário têm seus quinhões. No Brasil atual, embora o povo tenha elegido um governo para atender suas demandas nas áreas de saúde, educação, habitação, transporte, segurança, o tal mercado impõe “regras/armadilhas” que, além de impedir o atendimento dessas demandas, trava o crescimento da economia brasileira e concorre para concentrar ainda mais a renda e a riqueza nas mãos dos detentores de capital.São três as armadilhas principais, três mitos lastreados em mentiras escandalosas, amplamente disseminadas pela grande mídia:

a) Meta de inflação. O sistema de meta de inflação é uma armadilha montada pelos economistas neoliberais para colocar os governos numa camisa de força, nas mãos do mercado financeiro. Como este deseja uma taxa de juros real elevada, pressiona para que seja fixada uma meta de inflação excessivamente baixa, que, não atingida, justificaria uma elevação da taxa Selic. O BC e a grande mídia falam em “estouro da meta de inflação”, que a inflação estaria fora de controle, mas não há nenhum sintoma de explosão inflacionária no horizonte, pois o IPCA acumulado em doze meses (5,53%) está apenas 1 ponto percentual acima da banda superior da meta de inflação.

Por 14 anos, de 2005 a 2018, a meta de inflação foi de 4,5% ao ano, com teto oscilando entre 6% e 6,5%. Apenas em 2015, ano de grave crise econômica, o teto foi “furado”. Entretanto, a partir de 2019, por pressão do mercado financeiro, a meta foi sendo reduzida ano a ano, até chegar a 3% em 2024 (com teto de 4,5%). Ocorre que ela é fixada pelo CMN, controlado pelo governo federal (Ministérios da Fazenda e do Planejamento), além do BC, que, surpreendentemente, em junho de 2024, mantiveram a meta em 3%, quando poderiam retorná-la para os 4,5% de 2018, com teto em 6%), bem mais factível para a realidade brasileira. Resultado: em 3 dos últimos 6 anos o teto foi “furado”.

b) Déficit primário. O mercado e a grande mídia propalam que o déficit primário é o responsável pela explosão da dívida pública e exigem do governo a geração de um robusto superávit primário, com a falsa narrativa de que o governo gasta demais. O mercado diz que o recente corte de R$ 70 bilhões anunciado é insuficiente. Não bastaram as novas regras de correção do SM e para a concessão do BPC e do Abono Salarial, que sacrificam os mais pobres. Ele quer mais, inclusive o fim dos pisos constitucionais para saúde e educação.

O mercado e a grande mídia dizemque o déficit primário está fora de controle e faz disparar a dívida pública. Mentira! O que faz a dívida do setor público explodir não é o déficit primário, mas os gastos com juros da dívida pública, de inacreditáveis R$ 988 bilhões em 2024, vinte e uma vezes maior que o déficit primário de R$ 47 bilhões. É ele o verdadeiro responsável pelo aumento da relação dívida/PIB. Detalhe: o aumento de 3 pontos percentuais da Selic nos últimos meses resultará num aumento de R$ 160 bilhões nos gastoscom juros da dívida, o que em três meses anulará todo o esforço fiscal para os próximos 2 anos. 

c) Hiato entre PIB real e PIB potencial. Uma enorme falácia. Os economistas neoliberais, manipulando grosseiramente o conceito de “PIB potencial”, afirmam que o País não pode crescer acima de 4% ao ano, tese comprada pelos tecnocratas do BC. Eis seu comunicado de 11/12/24: “A atividade econômica e o mercado de trabalho seguem apresentando dinamismo, com destaque para o PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato. Um crescimento acima do esperado, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”. Qual seja, aumento da taxa de juros para frear o crescimento.

Sob o falso argumento de que a economia está crescendo além dos seus limites, fomentando a inflação, cinicamente o comunicado do BC alerta para os riscos trazidos pelo “dinâmico crescimento da economia e do emprego”. Inacreditável, os tecnocratas do BC conseguem transformar uma boa notícia – o crescimento de 4% do PIB no 3º trimestre de 2024 e a forte geração de empregos, com mais pessoas tendo dinheiro para comprar comida, roupas ou viajar – num problema.

As consequências dessas três armadilhas.Elas são mais do que conhecidas: encarecimento do crédito às empresas e redução do investimento produtivo; encarecimento do crédito às pessoas, resultando na redução do consumo e no agravamento do endividamento das famílias; aumento dos gastos com juros da dívida pública (mais de R$ 1 trilhão em 2025) e, consequentemente, aumento da dívida; queda na geração de empregos e redução do crescimento do PIB.

E quem são os principais favorecidos pela decisão do BC? Uma reduzida “elite”, que forma o clube vip do 1% mais rico, grupo com rendimento familiar anual acima de R$ 1 milhão, com grande parte de seus “rendimentos declarados” provenientes de juros auferidos com aplicações financeiras, além de dividendos recebidos e não tributados.

Em suma, a disseminação de mentiras como um suposto “estouro da meta de inflação” somado ao suposto “descontrole nos gastos públicos” e a um “excessivo crescimento do PIB”, geram a falsa narrativa de que a economia do país vai mal, versão diametralmente oposta à realidade concreta: pelo quarto ano consecutivo o PIB crescerá acima de 3%; a taxa de desemprego está caindo; a inflação está sob controle; não há colapso fiscal algum; as contas externas estão equilibradas e as reservas internacionais são da ordem de US$ 370 bilhões.

Os reais problemas são o R$ 1 trilhão gasto com os juros da dívida; a não tributação do R$ 1 trilhão de lucros distribuídos aos mais ricos e os R$ 500 bilhões de isenções fiscais.

Mas sobre isso o mercado e a grande mídia se calam.

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Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

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