Anotações cifradas apreendidas no telefone celular do empreiteiro Marcelo Odebrecht, pela Lava Jato, indicam que o executivo listava o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, como uma das autoridades que poderia atuar em seu benefício em caso de problemas judiciais; nas mensagens aparecem referências a \”Falcão\” e a \”Aprox STJ\”; suspeitas são de que o ministro trabalhava para indicar um apadrinhado ao tribunal em troca do habeas corpus
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Entre as anotações de Marcelo Odebrecht, investigadas na Lava Jato, estão mensagens cifradas indicando que o empresário esperava usar contatos políticos para se livrar da prisão do juiz Sérgio Moro.
Sua meta era aproximar-se do atual presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, que tem em mãos um recurso apresentado por sua defesa para interromper seus mais de 35 dias de cadeia.
Preso desde de junho, ele só deu entrada com o pedido de habeas corpus nos últimos dias, em uma estratégia para cair no ‘colo’ de Falcão, responsável pela segunda metade do plantão do tribunal no recesso do Judiciário. Ao decretar uma nova prisão preventiva, Moro desmontou a manobra.
Nas mensagens cifradas aparecem referências a \”Falcão\” e a \”Aprox STJ\”. As suspeitas são de que o ministro, citado pelo empreiteiro, trabalhava para indicar apadrinhado, o desembargador Marcelo Navarro Dantas, para a vaga aberta no STJ com a aposentadoria de Ari Pargendler, em troca do habeas corpus. Falcão nega qualquer envolvimento com Marcelo.
A defesa do presidente da Obebrecht declarou ontem (27) à Justiça Federal em Curitiba, que as mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) eram “anotações pessoais a si mesmo dirigidas” e não tinham conteúdo criminoso, conforme apontado pela PF.
“O peticionário deplora o rematado absurdo de se considerar anotações pessoais a si mesmo dirigidas, meras manifestações unilaterais de seu pensamento, como atos efetivamente executados ou ordens de fato passadas. Ainda que o conteúdo dos registros fosse aquele nascido das criativas mentes policiais, rematado absurdo, nada indica que eles de algum modo tiveram repercussão prática, ou seja, que foram de fato implementados ou determinados a terceiros”, declarou a defesa.
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