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O “Wall Street Journal”, referência do jornalismo econômico americano, publicou extensa reportagem sobre o envolvimento da Nike e da CBF com os recentes escândalos na Fifa. Segundo o jornal, consta do relatório de 161 páginas produzido pelo FBI e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos que o primeiro contrato entre a fabricante de material esportivo e a entidade brasileira, em 1996, foi de US$ 160 milhões (R$ 504,67 milhões), mas incluiu um “acordo paralelo” (ou “por fora”, numa tradução livre), de US$ 30 milhões (R$ 94,54 milhões), pagos à Traffic, de José Hawilla. Parte desse dinheiro, segundo o jornal, foi destinada a propinas.
José Hawilla é réu confesso no inquérito americano. Beneficiado por delação premiada, Hawilla admitiu ter distribuído propinas. A reportagem, que não acusa diretamente Ricardo Teixeira, lembra que, na época, pela CBF, o signatário do contrato foi ele. Mas, no relatório dos investigadores, o representante da entidade é chamado de “conspirador#11”.
Afirma ainda o “Wall Street Journal” que, para a Nike, a entrada no grande mercado do futebol era estratégica, e o contrato com a seleção brasileira se tornou, por isso, uma prioridade. A empresa, segundo a reportagem, desconhecia o “jogo político” do futebol e se surpreendeu com ele. A importância do patrocínio era fundamental no duelo de mercado com a Adidas, até ali soberana no segmento futebol.
O jornal ressalta que a Nike não é citada nominalmente nas investigações e tampouco qualquer de seus executivos é acusado de praticar irregularidades. Mas confirma que, segundo suas fontes, a empresa de material esportivo mencionada algumas vezes ao longo das 161 páginas é a gigante americana.