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Brasil, colaboradores, Economia

A verdade sobre taxas de inflação e de juros no Brasil

Ao perseguir uma meta de inflação irreal (3%), o BC impõe uma taxa de juros que asfixia o País

  • Júlio Miragaya
  • 16/12/2025
  • 10:00

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Foto: IA

Tão absurdo quanto o Banco Central manter a taxa básica de juros em 15% é o Conselho Monetário Nacional ter estabelecido uma meta de inflação tão baixa (3% ao ano, com teto de tolerância de 4,5%). Seu não atingimento tem sido o argumento utilizado pelo BC para a manutenção de uma taxa de juros em patamar tão elevado. Embora o IPCA acumulado em 12 meses até novembro (4,46%) esteja abaixo do teto da meta e o próprio mercado financeiro (Boletim Focus) projete inflação de 4,4% em 2025, o BC manteve a Selic em 15%.

Economistas do mercado financeiro afirmam que a inflação em torno de 4,5% ao ano está muito elevada, fora de controle, mas o povo brasileiro sabe muito bem o que é uma inflação elevada e suas consequências para seu poder de compra e para a economia nacional, tendo já convivido com inflação de incríveis 2.477% em 1993. De 1951 e 1994, a inflação no Brasil foi quase sempre elevada, nunca abaixo de 9% ao ano, sendo que, em 41 desses 44 anos, a taxa anual ficou acima de 20%.

Já a partir de 1995, notadamente de 2005 até hoje, a taxa de inflação brasileira vergou acentuadamente para baixo. Nos 20 anos de 2005 a 2024, exceto em 2015 (forte crise econômica) e 2021 (ano crítico da pandemia da covid 19), nunca excedeu a 6,5%. Nos 14 anos de 2005 a 2018, com a meta de inflação fixada em 4,5% (e banda superior de 6,0% ou 6,5%), apenas na crise econômica de 2015 o teto da meta foi “superado”.

Mas, com a meta sendo gradativamente reduzida até chegar aos atuais 3% (com teto em 4,5%), de 2021 a 2024, mesmo com inflação baixa (de 4,31% a 5,79%), em três dos quatro anos o teto da meta foi ultrapassado. Se tivesse sido mantida a meta de 4,5% (e teto de 6,0%), não teria havido estouro da meta em nenhum dos anos, exceto em 2021, quando ocorreu inflação alta em quase todos os países em razão da covid.

Os números não deixam margem a dúvidas. Não há qualquer risco de descontrole inflacionário no Brasil, mas, sim, o interesse do mercado financeiro em se locupletar com uma taxa de juros que penaliza o País e seu povo. São falsos os argumentos de que a inflação no Brasil só pode ser combatida pelo aumento da taxa de juros.

E são mais do que conhecidas as consequências de uma Selic tão elevada: aumento dos gastos com juros da dívida pública para R$ 1 trilhão/ano), encarecimento do crédito, às empresas e às famílias; estagnação do consumo e queda no ritmo da geração de empregos.

Ao promover uma injustificável redução da meta de inflação para 3,0% – tão irreal para a realidade brasileira, tendo ocorrido em apenas um nos últimos 75 anos – o CMN deu ao mercado financeiro o pretexto para este exigir do BC uma taxa de juros elevada para trazer a inflação para o centro da meta. E é o que o BC tem feito desde setembro/2024, tendo elevado a Selic de 10,5% para os atuais 15%.

Inacreditavelmente, em sua ata, o BC admite que continuará atuando contra o crescimento econômico, ao afirmar que “o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial no processo de convergência da inflação para a meta de 3%”. E é o que tem ocorrido, o crescimento do PIB vem perdendo velocidade: 4,1% no 3º trimestre/2024 ante o mesmo período do ano anterior; 3,6% no 4º trimestre/2024; 3,1% no 1º/2025; 2,4%, no 2º/2025 e 1,8% neste 3º trimestre.

Em outra informação falsa, o mercado financeiro diz que a inflação no Brasil está muito acima da registrada nos demais países. Considerando os principais países emergentes, com economias e condições similares às do Brasil (países do G-20 e do BRICS), a taxa média de inflação em 2024 foi de 8,1%, 68% acima da ocorrida no Brasil (4,83%).

Segundo dados do FMI, em diversos países, ela foi muito acima: Turquia (44,4%), Egito (33,3%), Irã (31,7%) e Paquistão (23,4%). Em outros casos, foi um pouco acima ou idêntica à verificada no Brasil: Rússia (9,3%), Colômbia (6,7%), Índia (6,0%), México (4,7%) e África do Sul (4,7%). Poucos tiveram taxas inferiores, casos de Indonésia (2,7%) e China (0,4%).

Em suma, a taxa de inflação no Brasil está bem abaixo da que historicamente registramos e condizente com a de países com economias similares às nossas, mas nenhum adota taxas de juros elevadas para combater a inflação.

Na reunião de 10/12/25, o BC emitiu comunicado justificando a manutenção da Selic em 15% afirmando que “tal cenário externo exige cautela por parte de países emergentes”. Outra mentira, pois a “cautela” que o BC impõe, uma taxa real de juros de 10,1%, não é adotada em nenhum outro país emergente, segundo dados compilados pelo Departamento de Pesquisa do Bradesco: México (2,96%), Colômbia (3,68%), África do Sul (3,40%), Índia (3,4%) e Indonésia (1,45%).

Ao perseguir uma meta de inflação irreal (3%), o BC impõe uma taxa de juros que asfixia o País. Dessa forma, urge o CMN deliberar pelo retorno da meta de inflação para 4,5% (e teto de 6%), conforme vigiu de 2005 a 2018.

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Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

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