Profa. Fátima Sousa (*)
A gestão democrática e participativa é um tema cada vez mais relevante no cenário educacional brasileiro. Desde a educação básica até a universidade, falar e promover esse modelo de gestão se torna um requisito ético fundamental ao fortalecimento da democracia.
A ideia central é romper com as estruturas hierárquicas tradicionais, que muitas vezes privilegiam determinados grupos, personalismos e decisões unilaterais e isolacionistas. Em contrapartida, a gestão democrática busca valorizar as ideias, pensamentos, saberes, práticas e conhecimentos diversos, criando um ambiente de ensino-aprendizado mais inclusivo e diversificado.
Esse modelo de gestão promove a descentralização e o compartilhamento do poder, colocando as pessoas em primeiro lugar. Afinal, envolver todos os membros da comunidade acadêmica em debates plurais e na tomada de decisões vitais fortalece as instituições republicanas, e assegura um ambiente de confiança. Portanto, este é o melhor caminho a ser seguido.
Além disso, esse modelo estimula o senso de pertencimento, permitindo que cada pessoa se sinta parte da instituição e tenha voz ativa nas discussões e decisões. Uma gestão dialógica, integradora e participativa traz diversos benefícios para a sustentabilidade das instituições de ensino.
Assim nos mostram experiências de planejamento e orçamento participativos, cujo engajamento e motivação são estimulados quando a comunidade tem a oportunidade de expressar suas opiniões, críticas e apontamento ao devir. Isso fortalece as interações entre os membros da comunidade e contribui para o desenvolvimento humano, tanto pessoal quanto profissional.
Os efeitos de uma gestão democrática e participativa são significativos quando pulsa um sistema de comunicação assertivo e transparente, que promove diálogos permanentes, significativos e construtivos no cotidiano da instituição. Além disso, incentiva a formação de redes de parceiros corresponsáveis, tanto internos quanto externos, impulsionando todos os envolvidos a pensarem e agirem em outro e novos patamares. As decisões são embasadas por diferentes perspectivas, saberes e práticas, resultando em escolhas plurais e efetivas.
O modelo de gestão democrática e participativa abre espaços colaborativos para o compartilhamento de ideias, visões e opiniões ampliadas sobre problemas e soluções, desenho de metas e políticas e projetos. Ele estimula uma maior adesão e comprometimento com os objetivos da instituição, incita a criatividade, a inovação e a construção de interculturas, promovendo uma educação transformadora, e, sobretudo, possibilitando-nos erguer uma instituição de ensino mais inclusiva, plural e comprometida com o bem-estar de todos/as que dela integram.
Logo, encoraja a todos a construírem espaço de aprendizado mútuo, onde todos podem contribuir para o crescimento e desenvolvimento da comunidade educacional. Isso fortalece os laços entre os membros da comunidade, promovendo um clima de confiança, respeito e cooperação, marcadores centrais à vida saudável da instituição.
(*) Professora associada do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB