É considerada uma atitude publicitariamente correta que o anunciante, sob pressão por denúncias ou malfeitos ocorridos na sua área de atuação, responda com anúncios informando ao público o seu ponto de vista em relação ao que a mídia está pautando, com pouca ou muita intensidade.
A Vale, que há um bom tempo vem amargando críticas pelo rompimento da barragem de dejetos de minério em Brumadinho (MG), é um exemplo recente desse posicionamento: tentou explicar, na TV, na Internet e nos veículos impressos seu trabalho para que o fato não ocorra novamente. (Se isso está ou não surtindo efeito são outros quinhentos).
Agora, surge uma nova postura à qual os publicitários precisam se adaptar (ou não): a comunicação que a Enel, empresa que ganhou a concorrência para fornecer energia elétrica no estado de São Paulo, dentro dos modelos de privatização em vigor no país.
Ao contrário da Vale, a Enel deixou o barco correr, e somente nesta semana – tempos depois que o apagão na capital paulista virou notícia em todo o País – ela se apresenta ao distinto público. E de forma discreta: sua marca aparece sozinha, tomando boa parte das laterais das quadras de vôlei. Somente a logo da empresa e mais nada.
Se isso traz mais ganhos à Enel, só o tempo dirá. Até lá, você decide: é mais apropriado entrar direto na briga – ou aparecer como quem não quer nada, anônimo, fingindo inocência?